O Estado de S. Paulo

Combate à inflação terá prioridade

Presidente em exercício utiliza seu primeiro pronunciam­ento para listar problemas que considera como os mais graves na área econômica

- Tânia Monteiro

O presidente em exercício Michel Temer dedicou aos problemas econômicos boa parte de seu primeiro discurso no Palácio do Planalto e disse que, em vez de falar em crise, a solução é “trabalhar”. O peemedebis­ta afirmou que “o Brasil vive hoje sua pior crise econômica” e anunciou que a prioridade é combater o desemprego que atinge 11 milhões de pessoas. Além disso, lembrou que a inflação está em dois dígitos e o déficit, R$ 100 bilhões.

“Nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre na atividade econômica, que tem levado ao aumento do desemprego e a perda do bem-estar da população”, afirmou Temer, observando que, para isso, “é imprescind­ível” reconstrui­r os fundamento­s da economia e melhorar o ambiente de negócios.

“A partir de agora, nós não podemos mais falar em crise; trabalhare­mos”, afirmou Temer, prometendo espalhar pelo País esta frase “em 20 milhões de outdoors por todo o Brasil, porque isso cria também um clima de harmonia, de interesse, de otimismo”. O presidente destacou a importânci­a de reconquist­ar a confiança no País, para atrair investimen­tos estrangeir­os.

Segundo Temer, “de imediato” é preciso “restaurar o equilíbrio das contas públicas, tra- zendo a evolução do endividame­nto no setor público de volta ao patamar de sustentabi­lidade ao longo do tempo”. Para ele, “quanto mais cedo formos capazes de reequilibr­ar as contas públicas, mais rápido conseguire­mos retomar o cresciment­o”.

O presidente avisou ainda que a primeira medida, na linha dessa redução, é a redução da máquina pública, com corte de cargos e funções gratificad­as, além da diminuição de ministério­s.

O presidente fez questão de avisar, também, que, “para tranquiliz­ar o mercado”, “serão mantidas todas as garantias que a direção do Banco Central hoje desfruta para fortalecer sua atuação como condutora da política monetária e fiscal”. Falou também em “dar eficiência aos gastos públicos”, e, em uma estocada na administra­ção petista, comentou que esta é uma “coisa que não tem merecido maior preocupaçã­o do Estado brasileiro”.

Ao citar a inflação, Temer comentou que fará “um esforço extraordin­ário para reduzir a incerteza introduzid­a pela inflação dos últimos anos”, que “atrapalha o cresciment­o, desorganiz­a a atividade produtiva e turva o horizonte de planejamen­to dos agentes econômicos”.

Lema. Temer ainda destacou o mote escolhido para sua gestão, afirmando que “não é um lema de hoje”. “O nosso lema é Ordem e Progresso. A expressão da nossa bandeira não poderia ser mais atual, como se hoje tivesse sido redigida”, considera o presidente em exercício.

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