O Estado de S. Paulo

Para ter passe livre, ‘é melhor eleger um mágico’, diz Haddad

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou ontem que os defensores do passe livre deveriam eleger “um mágico” nas eleições municipais de outubro deste ano porque um prefeito não daria conta de bancar a gratuidade total da passagem de ônibus. Haddad disse também que há “outras coisas que poderiam vir à frente” do passe livre, como almoços grátis e uma viagem à Disney.

“Eu não prometi passe livre para estudante na campanha. Os estudantes pediram passe livre. Foram para a rua. Demos o pas-

sentido do Largo do Arouche, e o Choque foi atrás. Mascarados jogaram garrafas contra PMs.

Gabriel Morais, de 17 anos, estava junto à banda do MPL quan- se livre”, afirmou. “Agora, querem passe livre para todo mundo. Então, é melhor eleger um mágico em outubro porque um prefeito não vai dar conta. Aí para terminal, para não sei o quê. A imprensa ( questiona): ‘Você não vai dar passe livre para todo mundo?’ Dá vontade de falar: ‘mas como é que você tem coragem de me fazer uma pergunta dessas?’”

A declaração foi dada em agenda pública em Santo Amaro, na zona sul da capital. Após relacionar passe livre com viagem à Disney, Haddad pediu que o debate sobre a tarifa zero seja feito com seriedade. A gestão argumenta que o aumento dos custos é resultado das políticas de incentivos tarifários, como o passe livre estudantil.

do uma bomba explodiu. “Ela estourou no meio da fanfarra e todo mundo se machucou”, disse o jovem, ferido na perna. O fotógrafo da Folha de S. Paulo Avener Prado foi atingido por uma bala de borracha na coxa. Já o jornalista Juliano Vieira, da TV Drone, foi atingido por uma bomba na perna esquerda. “Está ardendo muito”, reclamou. Outro rapaz teve ferimentos no rosto e ficou desacordad­o. O Corpo de Bombeiros fez os primeiros socorros.

Uma militante do MPL acusou a PM de começar o confronto e disse que a polícia não pode determinar o caminho que eles vão seguir. “Isso não existe. E o ato não iria parar na Praça da República. Agora, vamos avaliar se vamos ou não divulgar o trajeto na semana que vem”, disse. Não há data para o próximo ato. Até a meia-noite, também não havia informação de PMs feridos.

Ônibus. Inicialmen­te, o protesto causou mais transtorno­s aos passageiro­s de ônibus – “vítimas” do aumento para R$ 3,80, segundo o MPL. Às 16h30, a Prefeitura já havia fechado o terminal de ônibus, causando transtorno aos usuários. O local tem linhas que ligam o centro à zona leste. Funcionári­os orientavam passageiro­s a pegar coletivos do lado de fora do terminal, o maior entre os 27 da capital.

O operador de máquina Oswaldo Silva Santos, de 52 anos, pegaria um ônibus para Guaianases, na zona leste, quando foi informado do ato. “A manifestaç­ão é certa, não tem o que discutir. Mas atrapalha muito a vida de quem mora longe. Queria ver mais protestos na periferia. Tudo está caro, principalm­ente a conta de luz”, disse.

A vendedora Cátia Reginalda Costa, de 42 anos, que mora na Barra Funda, teve de voltar a pé para casa. “Acho que o Movimento Passe Livre faz isso para agradar eles próprios. Para mim, é só política”, afirmou.

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