Testemunha diz ter assinado contrato suspeito de Cunha
o advogado Bruno Catsiamakis Queiroga admite à Procuradoria-Geral da República ter assinado como testemunha um contrato entre empresas suspeitas de irrigar com 1,3 milhão de francos suíços um dos trustes (espécie de fundo) que tem como beneficiário o peemedebista.
O depoimento de Queiroga reforça uma das suspeitas dos investigadores, de que o economista Felipe Diniz tenha indicado a conta de Cunha para a realização dos depósitos. O advogado disse que é amigo e já foi sócio de Diniz, filho do ex-deputado Fernando Diniz (PMDBMG), morto em 2009.
Em depoimento prestado em dezembro, Queiroga disse ter assinado contrato entre as empresas Lusitânia e Acona, em 2010. O Ministério Público da Suíça identificou que negócio entre as duas empresas no mesmo ano faz parte do caminho do dinheiro oriundo de um contrato da Petrobrás em Benin, na África, até a conta de Cunha.
O lobista João Henriques, ligado ao PMDB, disse em depoimento ter feito depósitos a pedido de Felipe Diniz, sem saber quem seria o destinatário. Felipe Diniz disse à Procuradoria em outubro que, apesar de se relacionar com Cunha e Henriques, não tratou do negócio com nenhum dos dois.
Encontro. Felipe Diniz confirmou à Procuradoria ter contatado o presidente da Câmara depois de prestar depoimento a investigadores da Lava Jato. Em depoimento prestado em dezembro, Diniz disse ter ido ao encontro sem avisar ao peemedebista e relatou ter sido man- dado embora por Cunha.
A ida do economista à casa de Cunha após o primeiro depoimento à Procuradoria, em outubro, levantou suspeitas sobre o motivo do encontro dos dois. No depoimento, Diniz disse ter recorrido a Cunha para tratar de um imbróglio envolvendo pagamento de pensão pela Câmara a uma namorada do seu pai.
Felipe Diniz afirmou aos investigadores que nem chegou a entrar na casa, “pois Eduardo Cunha disse que seria prejudicial se vissem ambos juntos, pois haveria interpretações variadas”. Ele deixou o imóvel sem “sequer adentrar ou conversar com o parlamentar sobre outro tema”.
O novo depoimento de Diniz foi anexado ao inquérito que investiga as contas internacionais ligadas ao deputado.