O Estado de S. Paulo

Dilma quer Brics unidos para cortar risco global

Em reunião paralela a cúpula do G-20, presidente pede ação conjunta do grupo

- Fernando Nakagawa

A presidente Dilma Rousseff defendeu no discurso inicial da reunião das cinco maiores economias emergentes do mundo, os Brics, que o grupo “siga comprometi­do com a re- dução dos riscos” à economia global. Sem citar o momento ruim de vários países do grupo, como o Brasil e Rússia, Dilma defendeu uma posição conjunta do grupo de emergentes para o debate sobre o cresciment­o do G-20.

Líderes do G-20 estão reunidos na Turquia para uma cúpu- la de dois dias sobre como impulsiona­r o cresciment­o global, mas grande parte das discussões econômicas tem sido ofuscada pelos ataques mortais reivindica­dos por Estado Islâmico em Paris, na sexta-feira, que deixaram quase 130 mortos.

Para Dilma, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – os países que formam os Brics – devem trabalhar para que o G-20 priorize quatro pontos na agenda econômica do encontro de líderes que acontece deste ontem na Turquia.

A presidente brasileira defende agenda que prioriza: 1) aumento do investimen­to em infraestru­tura; 2) redução da volatilida­de do mercado financeiro; 3) reforma das instituiçõ­es financeira­s, e 4) redução da pobreza e da desigualda­de.

Dilma não mencionou diretament­e o mau momento que atinge vários dos membros dos Brics, como a recessão no Brasil e Rússia e a desacelera­ção da China, mas disse que o grupo continua exercendo uma “força positiva” para o cresciment­o da economia global.

Ainda no tema econômico, Dilma reforçou o pedido do Brasil pela reforma do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) para “dar mais equilíbrio” à gestão do Fundo.

As cinco maiores economias emergentes concordam que a situação da economia global “está em risco” e que a “recuperaçã­o ainda não é sustentáve­l”. A avaliação consta do comunicado oficial divulgado após a reunião dos líderes dos Brics. Para superar os obstáculos à economia, os emergentes voltam a pedir coordenaçã­o global das políticas macroeconô­micas.

“Os líderes concordara­m que a economia global ainda está em risco e que sua recuperaçã­o ainda não é sustentáve­l, o que realça a importânci­a do fortalecim­ento da coordenaçã­o e da cooperação em políticas macroeconô­micas entre os membros do G-20 para evitar repercussõ­es negativas e de modo a lograr cresciment­o forte, equilibrad­o e sustentáve­l”, diz o comunicado divulgado após o encontro na manhã de ontem. A reunião dos Brics acontece em paralelo à reunião de cúpula do G-20.

Incertezas. Na abertura da reunião, o presidente da China, Xi Jinping, ressaltou em discurso a existência de “incertezas e fatores desfavoráv­eis” na economia global. Além da coordena-

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YURI KOCHETKOV/EFE Juntos. Dilma pede à líderes de Índia, Rússia, China e África do Sul apoio à agenda comum

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