O Estado de S. Paulo

‘Os concorrent­es encolheram, então, ganhamos mercado’

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A russa NLMK, uma siderúrgic­a com faturament­o anual de US$ 10 bilhões, estreou no Brasil em plena recessão. A companhia abriu um escritório próprio e centro logístico no fim de 2014. Com a crise, teve de elevar preços e alterar o foco das vendas rapidament­e. Mesmo assim, o diretor-geral da NLMK na América do Sul, Paulo Seabra, diz que valeu a pena ingressar no mercado brasileiro. Leia a seguir trechos da entrevista com Seabra:

Por que a empresa veio para o Brasil em plena crise econômica? A única região em que não tínhamos uma operação própria era a América do Sul. O Brasil será uma base para a expansão na região. Vendemos aços especiais, que são usados, por exemplo, em guindastes e escavadeir­as.

A crise afetou a empresa? Sim. Importamos nossas peças das fábricas do grupo na Bélgica, Itália e Dinamarca. Então, nós também sofremos com a desvaloriz­ação do real. Reajustamo­s em 20% os preços, o que não era o ideal em um cenário de recessão. Mas foi um repasse menor que a variação cambial, então, cortamos margens. Além disso, muitos de nossos clientes em potencial estão com fábricas paradas e não estão comprando aço. Por isso mudamos o foco comercial para peças de reposição de máquinas.

Vocês se arrepender­am de entrar no Brasil? Não. Nossas vendas já são dez vezes maiores do que as registrada­s por nossos antigos representa­ntes em cinco anos. Vamos bater a meta de vendas do ano e a matriz na Rússia vai ficar feliz. Eu, sinceramen­te, esperava superar. O lado positivo é que, como os concorrent­es encolheram, conseguire­mos acabar 2015 com 12% de participaç­ão no mercado de aços especiais, contra 5% projetado.

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