O Dia

Reforma tributária e o status quo

- Thiago Souza Especialis­ta em Sistemas da Informação e Gestão Empresaria­l

Status quo é uma frase em latim que significa “no mesmo status que antes”. No Brasil, de acordo com pesquisa do IBPT, há um profission­al da área contábil para cada 200 funcionári­os, enquanto nos Estados Unidos há 1 para cada 1000 e na Europa 1 para cada 500. Além disso, somos o país onde mais se gasta tempo com a burocracia fiscal: quase 2000 horas/ano, conforme o Banco Mundial. Diante desse cenário caótico, a questão é: por que não apoiar uma reforma tributária que visa à simplifica­ção desse sistema?

No Brasil, há 64.929 escritório­s registrado­s no Conselho Federal de Contabilid­ade, que empregam mais de 717 mil profission­ais. Somam-se a esses números as empresas de soft

ware com soluções exclusivas para o setor e os profission­ais que trabalham nas empresas para o cumpriment­o dessas obrigações.

Schumpeter escreveu a teoria sobre a “Destruição Criativa”, na qual

Imagine se os fabricante­s de fitas cassetes tentassem impedir o avanço da tecnologia e todos andassem com walkman até hoje

aponta que os novos produtos reinventam antigos modelos de negócios. Um bom exemplo está na indústria fonográfic­a, inicialmen­te representa­da pelas fitas cassetes, que foram substituíd­as por CDs, também subso tituídos por MP3 Players e recentemen­te por músicas via streaming. Imagine se os fabricante­s de fitas cassetes tentassem impedir o avanço da tecnologia e todos fossem forçados a andar com walkman até hoje.

O sistema tributário brasileiro é separado por impostos federais, estaduais e municipais, divididos em mais de 90 tipos de cobrança. O modelo atual incentiva estados e municípios a concederem isenções fiscais e regimes especiais, promovendo uma guerra fiscal entre os entes federativo­s. O peso da carga tributária nunca foi pauta de conversa. Mesmo os políticos em períodos de campanha eleitoral mal tocam no assunto.

É necessário que esse assunto passe a ser de interesse de todos. A simplifica­ção tributária é necessária; enxugar os gastos do governo também. Mas para que tudo isso se torne realidade, a inércia populacion­al referente ao tema precisa ser quebrada, é preciso promover a queda do status quo.

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