O Dia

Cartão vermelho para a homofobia

Clubes e torcedores se manifestam pelo fim dos cânticos. STJD notifica o Vasco, mas não deve retirar pontos

- YURI EIRAS yuri.eiras@odia.com.br

Aatitude do árbitro Anderson Daronco de interrompe­r a partida entre Vasco e São Paulo e chamar a atenção do técnico Vanderlei Luxemburgo para os gritos homofóbico­s vindos de torcedores cruzmaltin­os, domingo, reverberou para fora de São Januário. O próprio clube repudiou a atitude vinda da arquibanca­da.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) informou que vai analisar o caso, relatado na súmula, e deu um prazo de três dias para o clube se manifestar. Somente depois será analisada a possibilid­ade de denúncia. De acordo com a Rádio Tupi, no entanto, o STJD não irá punir o Cruzmaltin­o com a perda

de pontos, conforme previsto no Código Disciplina­r, porque o clube tomou as devidas providênci­as na partida e os cânticos homofóbico­s foram interrompi­dos.

Internamen­te, clubes e torcidas se movimentam para que gritos e atitudes homofóbica­s sejam extintos dos estádios do país. Em nota, o Vasco destacou que “lamenta e repudia qualquer canto ou manifestaç­ão de caráter homofóbico por parte de alguns de seus torcedores”. E acrescento­u: “Se existe um clube no Brasil historicam­ente habituado a levantar a voz contra qualquer tipo de discrimina­ção, este é o Vasco da Gama, dono da história mais bonita do futebol”.

No comunicado, o Vasco esclarece que os gritos não devem ser cessados para que o clube não seja prejudicad­o, “mas, sim, por uma questão de cidadania e respeito ao próximo e cumpriment­o da lei”.

CONSCIENTI­ZAÇÃO

O Botafogo também se movimentou para conscienti­zar seus torcedores contra a homofobia. Ontem, o clube publicou nas redes sociais: “Não à homofobia. Discrimina­ção é crime e pode prejudicar seu clube do coração”. Nas torcidas, há um movimento para que os gritos homofóbico­s sejam extintos dos estádios.

Diego Lima, uma das lideranças do Movimento Nação 12, do Flamengo, explica: “Desde 2016 a gente se posiciona criticando a homofobia no futebol. Em 2017, a gente aboliu do repertório. Mas, como é uma luta que não pode parar, a estratégia que a gente usa é o diálogo”.

Segundo ele, alguns torcedores enxergam a torcida como um movimento que está à parte da sociedade. “Para você zombar do seu rival, não precisa apelar para nenhum tipo de preconceit­o. Pode usar a criativida­de, citar alguma goleada histórica, um título, um vexame qualquer”, defende Diego Lima.

Em nota, o Vasco lamentou e destacou que repudia qualquer canto ou manifestaç­ão homofóbica

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Luxemburgo pede que torcida pare com o cântico homofóbico, em São Januário, após o árbitro suspender o jogo com o São Paulo
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