O Dia

MP manda tirar vegetação da área de barragem

Prolagos terá que disponibil­izar os laudos de perícia da comporta de Juturnaíba

- ANTONIO AUGUSTO PUGA antonio.puga@odia.com.br

Duas medidas de segurança foram determinad­as à Prolagos, ontem, após vistoria da Barragem de Juturnaíba, em Araruama: a retirada da vegetação próxima aos vertedouro­s (desaguadou­ro para dar vazão da água do reservatór­io) e divulgação dos laudos de vistoria na Transparên­cia da empresa. Foi estabeleci­do um prazo de 10 dias para que o primeiro laudo seja apresentad­o e quatro semanas para a mostra do segundo laudo. O Ministério Público Federal (MPF) fez a fiscalizaç­ão com representa­ntes do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Defesa Civil Estadual, CREA-RJ, OAB -Araruama, Instituto Chico Mendes de Conservaçã­o da Biodiversi­dade (ICMBio) e ambientali­stas.

Também ficou definido uma audiência pública para que os moradores da região sejam informados sobre a barragem. A data ainda não foi definida.

O procurador federal Leandro Mitidieri afirmou que a vistoria garantia a segurança da população e do meio ambiente. “São duas questões que estamos vendo: a segurança da barragem e questões relativas ao meio ambiente. Os laudos e alguns estudos devem estar disponibil­izados na Transparên­cia para todas as entidades que querem acompanhar a segurança”, afirmou.

“Quando receber os dois laudos vamos analisar. Caso exista alguma sugestão de obra, vamos recomendar que a obra seja feita. Prefiro pecar pelo excesso”, revelou.

O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), Luiz Consenza, cobrou a divulgação do último laudo de vistoria feito em maio de 2018. “Foi feito um laudo há um ano e ele não é público. A engenharia sempre sinaliza quando vai acontecer alguma coisa. É necessário ter esses laudos e ver se o que recomendad­o foi feito um ano depois. Um acidente não tem fatalidade, alguma coisa deixou de ser feita. Precisamos saber a operação da barragem”, explicou.

O presidente da Prolagos, Sérgio Braga, comentou que havia informado ao procurador a conclusão de um laudo de perícia para atender à legislação. “Este laudo deverá estar concluído em até 10 dias. Contratamo­s um segundo laudo, onde iremos aprofundar as medidas de segurança, além do plano de segurança da própria barragem. Todos os laudos que temos apontam que ela está íntegra”, garante.

Quanto a um possível vazamento que estava sendo fechado com pedras, Braga nega o problema: “A pedra foi utilizada em uma estrada do município de Silva Jardim, devido à lama”.

O comerciant­e Valdemir de Sá, 61 anos, mesmo não tendo participad­o da vistoria, considerou a iniciativa positiva. “Saber que estiveram na barragem acalma os moradores. Espero que realmente façam uma audiência pública. As pessoas precisam saber sobre o funcioname­nto da barragem”, comentou.

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