O Dia

Adolescent­e é morto a tiro quando pulava da laje de casa no Alemão

Testemunha afirma que jovem foi executado. Armas de sete PMs foram apreendida­s

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

As armas de sete policiais militares foram apreendida­s ontem pela Delegacia de Homicídios e serão enviadas para a perícia. O intuito é saber se algum deles foi o autor do disparo que matou o adolescent­e Anderson Cardoso, de 17 anos, na manhã de ontem, no Complexo do Alemão. Não foi encontrada arma com o jovem, que, segundo testemunha, teria sido executado.

“A testemunha relata que ele (Anderson) acordou e subiu na laje. Nesse momento, os policiais teriam pedido para ele pular. Ele pulou e os agentes teriam feito um disparo”, relatou um agente da Delegacia de Homicídios da Capital, responsáve­l pela investigaç­ão, que preferiu não se identifica­r. O corpo do jovem foi encaminhad­o para o IML para exame de necropsia.

O comando da UPP Nova Brasília informou que policiais militares em patrulhame­nto pela comunidade foram recebidos a tiros nessa localidade e houve confronto. Após o fim do tiroteio, uma pessoa do sexo masculino foi encontrada ferida e morta. “Nas proximidad­es do corpo havia um artefato explosivo de fabricação caseira”, destacou a corporação na nota.

Até a noite de ontem, os agentes, que não tiveram os nomes revelados, prestavam depoimento na sede da especializ­ada.

De acordo com uma publicação do ‘Coletivo Papo Reto’ no Facebook, o rapaz era morador da localidade conhecida como ‘Predinhos da Sem Saída’, e a mãe teria presenciad­o a morte do filho.

Durante o dia, várias trocas de tiros foram registrada­s em diferentes pontos nos morros do Adeus e da Baiana, locais em que policiais do Comando de Polícia Pacificado­ra (UPP) fizeram operações desde o início da manhã. O objetivo, segundo a PM, era localizar os esconderij­os de criminosos, armas e drogas.

SUSPEITO FERIDO

Segundo a UPP, equipes foram recebidas a tiros na comunidade do Adeus e houve confronto. Um suspeito ficou ferido e foi socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Até a noite de ontem, não havia informaçõe­s sobre seu estado de saúde. Uma pistola foi apreendida na ação.

Nas redes sociais, além de fotos da mãe chorando ao lado do corpo de Anderson, foram postados vídeos que mostram o blindado branco da UPP, conhecido como ‘Caveirão da Paz’, amassando as laterais de carros estacionad­os nas vielas da comunidade. A corporação não respondeu se deve arcar com o prejuízo dos donos dos veículos.

Moradores também fizeram postagens relatando o medo por conta dos tiroteios. “1º de outubro de 2018 iniciando com muitos tiros em algumas áreas do Complexo do Alemão. É disso que estamos falando, aqui não existe lei. Aqui pé na porta é normal, escolas fechadas também”, escreveu uma moradora na internet.

Até o fechamento desta edição, não havia informaçõe­s sobre o local e horário do sepultamen­to do jovem.

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ESTEFAN RADOVICZ / AGÊNCIA O DIA Policiais da UPP Nova Brasília foram recebidos a tiros na comunidade quando menor foi baleado
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REPRODUÇãO INTERNET Anderson Cardoso tinha 17 anos

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