POR 29 A 16, CÂMARA REJEITA IMPEACHMENT DE CRIVELLA
Por 29 votos a 16, vereadores negam pedido de abertura do processo de impedimento do prefeito pelas denúncias de oferecer vantagens a evangélicos
Teve placar favorável ao prefeito a votação de ontem na Câmara sobre a abertura de processo de impedimento do chefe do Executivo municipal. Sessão foi tensa na rua, nas galerias e no plenário. Vereador Otoni de Paula (PSC) simulou gestos afeminados e deu banana para opositores (foto à direita).
Depois de driblar por sete dias a crise criada pela reunião em que ofereceu facilidades a evangélicos, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) recebeu o apoio da maioria da Câmara e se livrou de enfrentar processo de impeachment. Por 29 votos a 16, os parlamentares rejeitaram a abertura de investigação de crime de responsabilidade e improbidade administrativa. Por mais de três horas, a sessão foi bastante tumultuada pelo embate eufórico de manifestantes e políticos.
Crivella comemorou o resultado em sua rede social. “Quero agradecer a Deus por mais uma vitória e aos vereadores da base pela determinação ao rejeitarem um pedido de impeachment sem base jurídica. A verdade e a justiça sempre prevalecerão. Temos lutado arduamente por um Rio de Janeiro mais justo e mais humano, esse é o nosso compromisso e o foco da nossa gestão”.
Dos 51 vereadores, 47 compareceram. Entre os 17 que assinaram o requerimento que gerou a convocação especial no recesso, só Professor Aldamir (PSDB) não votou a favor da instauração do processo. O único de fora que se uniu ao grupo foi César Maia (DEM), totalizando os 16 votos ‘sim’ — Átila A. Nunes (MDB) não pôde votar, porque apresentou um dos pedidos de impeachment. Carlos Bolsonaro (PSC), Chiquinho Brazão (Avante), Marcelo Siciliano (PHS) e Verônica Costa (MDB) não apareceram — a Câmara não esclareceu se eles justificaram — e o restante ficou ao lado de Crivella. O presidente Jorge Felippe (MDB) também não votou, por norma regimental.
A primeira parte da sessão foi dedicada aos discursos. “Chega a ser um deboche com a democracia tratarmos o impeachment
Prefeito disse que o pedido não tinha base jurídica e agradeceu a Deus pela vitória
do prefeito diante de tanta atrocidade no país. A gente vem falar aqui em reunião secreta com 250 convidados. Disseram que foi oferecida isenção de IPTU (às igrejas, pelo prefeito), quando existe uma lei que dá imunidade a templo religioso”, disparou o líder do governo, Dr. Jairinho (MDB). “A quem interessa desestabilizar o Rio? A quem interessa esse palanque em ano eleitoral?”, questionou Tânia Bastos (PRB), da base.
A oposição frisou várias vezes que a finalidade não era afastar o prefeito, mas iniciar investigação. “É verdade que impeachment não pode ser banalizado, mas não é aceitável que o prefeito use a máquina pública para beneficiar cabos eleitorais. É preciso investigar com rigor e esclarecer para a sociedade o que for apurado”, afirmou Luciana Novaes (PT). “Oferecer vantagens indevidas a quem quer que seja tem nome: corrupção”, avaliou Tarcísio Motta (Psol).
Otoni de Paula (PSC) gesticulou dando uma ‘banana’ para os cidadãos opostos ao governo. Ele também fez uma dança considerada homofóbica por David Miranda (Psol), que disse ter sido chamado de “mulherzinha” pelo colega. David vai acionar o Conselho de Ética. “Ele briga comigo, eu brigo com ele. Faz parte da democracia”, justificou Paula. Fora da Casa, houve empurra -empurra entre manifestantes a favor e contra o prefeito.
Chega a ser deboche com a democracia tratarmos o impeachment do prefeito diante de tanta atrocidade no país DR JAIRINHO (MDB), líder do governo na Câmara