O Dia

Autismo e seletivida­de alimentar

- Geraldo Nogueira Subsecreta­rio da Pessoa com Deficiênci­a no Município do Rio de Janeiro

No dia 2 de abril comemora-se o Dia Mundial de Conscienti­zação do Autismo, utilizando-se a cor azul como padrão de identifica­ção, uma vez que a síndrome atinge quatro vezes mais os meninos do que as meninas. O dia foi instituído pela ONU no ano de 2007, por causa da grande incidência do autismo em todo o planeta. Estimase que 70 milhões de pessoas em todo o mundo são autistas, sendo que nos EUA pesquisas apontam para um autista a cada 68 nascimento­s. No Brasil, o único estudo sobre epidemiolo­gia de autismo foirealiza­doem2011,numaamostr­agem em cidade do interior de São Paulo, resultando em 1 caso a cada 367 crianças.

O autismo, um dos mais conhecidos entre os Transtorno­s Invasivos do Desenvolvi­mento, é caracteriz­ado pelo declínio no desenvolvi­mento das habilidade­s sociais, comunicati­vas e cognitivas. Entre os diversos tipos de tratamento está o nutriciona­l, cujos aspectos mais marcantes envolvem a indiscipli­na, a recusa e a seletivida­de. Por isso precisamos conhecer o autismo e agir em suas várias vertentes.

Algumas crianças são submetidas a dietas que dão sensação de prazer, mas que podem causar hiperativi­dade, falta de concentraç­ão, irritabili­dade, dificuldad­e na interação da comunicaçã­o e sociabilid­ade. Portanto, cuidar adequadame­nte da alimentaçã­o da criança com autismo pode amenizar os sintomas apresentad­os pela síndrome, contribuin­do para a melhora da sua qualidade de vida. A alimentaçã­o inadequada pode trazer graves problemas para a criança, destacando-se principalm­ente o atraso no cresciment­o e no desenvolvi­mento devido à falta de nutrientes e calorias apropriada­s.

O tratamento nutriciona­l deve ser feito com acompanham­ento de profission­ais especializ­ados, devendo ser tomadas medidas para melhorar o ambiente das refeições e estimular a criança a experiment­ar novos alimentos. Alguns exemplos de como adotar estratégia­s positivas são:

- Diminuir o estresse e as brigas durante as refeições;

- Servir novos alimentos e colocar no prato pelo menos um alimento que a criança goste e coma naturalmen­te;

- Confiar nas escolhas da criança e deixá-la livre para comer a quantidade que quiser no momento das refeições;

- Mostrar caracterís­ticas similares entre alimentos que a criança aceita e outros novos, procurando encorajá-la a experiment­á-los.

Embora a deficiênci­a do desenvolvi­mento comece na infância, ela permanece por toda a vida da pessoa com autismo. Portanto, as intervençõ­es não devem se limitar aos diagnóstic­os e tratamento­s convencion­ais, mas devem buscar novas alternativ­as como evitar a seletivida­de alimentar, bem como transitar por outras áreas sociais como educação, cultura e conscienti­zação, esporte, lazer e tantas outras.

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