NOS DESTINOS DA SAPUCAÍ, CHINA, ARTE E FUTURO
Três primeiras escolas falam de império milenar, escola que moldou artistas e uma ode à criatividade
SABRINA SATO, RAINHA DE BATERIA DA VILA ISABEL, LEVANTOU A SAPUCAÍ COM UMA FANTASIA ESTONTEANTE.
EPaulo Barros aconteceu de novo. O mago da Sapucaí transformou a Vila Isabel numa máquina do tempo que mostrou um futuro exuberante — que o diga a rainha Sabrina Sato, que encarnou a Luz da Inspiração da Swingueira. E teve mais: gente desafiando a gravidade em carro alegórico; o aniversariante Martinho da Vila, do alto do imponente abre-alas, ovacionado pela arquibancada; e uma comissão de frente que trabalhou com hologramas. Luz, aliás, foi a matéria-prima de Barros.
Primeira escola a pisar na Sapucaí, o Império Serrano fez uma viagem à China. A rota da seda, pandas e traquitanas marcaram o desfile. Bonita homenagem a Arlindo Cruz, imperiano de alto costado internado há quase um ano, emocionou as arquibancadas etocouespecialmenteArlindinho, em cujo banjo vinha um desenho do pai. Garra e chão sobraram, mas faltou grandiosidade nas fantasias. Milena Nogueira, rainha de bateria, exultava com o retorno da escola ao Grupo Especial. “Após sete anos, voltamos para o lugar de onde nunca deveríamos ter saído”, afirmou a musa na concentração. A escola, porém, teve problemas na evolução: não apenas surgiram buracos, como também o tempo mínimo de desfile não foi respeitado. Com 1h03, o Império deve perder dois décimos.
Na sequência, a São Clemente cantou a Escola de Belas Artes (EBA), da UFRJ, num desfile superior ao da coirmã de Madureira. Professores e alunos participaram da concepção do desfile, sobretudo com desenhos. De uma tela de pintura em LED surgia, após rápido jogo com um veludo, uma bailarina. Fantasias mais bem acabadas foram o destaque, mas o samba não pegou como esperado, e a harmonia saiu prejudicada.