O Dia

Deputados salvam Temer outra vez

Por 251 votos a 233, Câmara dos Deputados enterra segunda denúncia; presidente passa o dia internado

- > Brasília Com Estadão Conteúdo

Maioria da Câmara rejeitou a denúncia do Ministério Público contra o presidente e seus ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha. Mais cedo, Temer foi hospitaliz­ado por problema urológico.

Opresident­e Michel Temer está livre para concluir o mandato. Depois de uma manhã tensa e de uma inesperada internação para procedimen­to cirúrgico na bexiga, o peemedebis­ta teve folgada vitória na votação que arquivou a segunda e última denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, desta vez por crime de formação de quadrilha e obstrução de justiça. Como na primeira peça, dia 2 de agosto, Temer contou com o apoio da maioria na Câmara dos Deputados. Às 20h, quando seu destino já estava delineado, o presidente teve alta e afirmou: “Estou inteiro”.

Nem de perto o teto de 342 votos pela admissibil­idade da denúncia foi alcançado: 251 deputados acolheram o relatório de Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) que recomendav­a o arquivamen­to do inquérito. Votaram pelo prosseguim­ento da denúncia 233 parlamenta­res — houve duas abstenções, e 25 faltaram à sessão.

Com a decisão, os deputados livraram Temer de encarar, durante o mandato, processo no Supremo Tribunal Federal que, se instalado, o afastaria por até 180 dias. Agora, Temer responderá no STF somente quando sair do Planalto, em 1º de janeiro de 2019.

O placar da votação de ontem foi semelhante ao da primeira, quando 263 deputados livraram o presidente — 12 a mais que o apurado ontem. Se a votação transcorre­u sem sustos, a manhã na Praça dos Três Poderes foi tensa. A oposição manobrou e, por falta de quórum, conseguiu adiar o início dos trabalhos, já que não se registrava o mínimo de 342 parlamenta­res. Rodrigo Maia teve de encerrar uma sessão no início da tarde, e a base aliada chegou a propor uma ‘votação-isca’ de adiamento. Mas às 17h já havia quórum, e às 19h a votação, nominal e ao microfone, começou.

A vitória de Temer sinaliza o tamanho efetivo de sua base na Câmara e poderá interferir na composição de seu ministério e sinalizar quais projetos de lei devem ser encampados pelo governo. O presidente tenta aprovar projetos em que é necessária maioria absoluta, como a Reforma da Previdênci­a e alterações no sistema tributário.

‘DESCONFORT­O’

Na tarde de ontem, Temer, de 77 anos, foi levado para o Hospital do Exército, em Brasília, após ter um desconfort­o. Sentindo dificuldad­e em urinar, ele foi consultado no departamen­to médico do próprio Palácio do Planalto e encaminhad­o ao hospital. Temer foi internado pouco depois das 13h e teve alta às 20h.

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AFP
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ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL Ao lado de Marcela, o presidente Michel Temer acenou para jornalista­s e fez sinal de positivo ao deixar hospital, após tratar obstrução urológica

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