Clássico sem fronteiras
Inspirados no passado, paraguaio Romerito e argentino Fillol torcem por Flu e Fla na luta por vaga na semifinal da Sul-Americana
Dois gringos. Dois gênios da bola. Dois profundos conhecedores da mística do Fla-Flu. O argentino Fillol e o paraguaio Romerito, que escreveram algumas das mais belas páginas deste clássico cheio de histórias, revivem a emoção de sentir o Maracanã em festa. Nostálgicos, estarão na torcida, hoje, às 21h45, pelos clubes que aprenderam a amar. Querem ver quem leva a melhor no primeiro round de um duelo que rompe fronteiras, pela semifinal da Copa Sul-Americana.
“Jogar no Flamengo foi um presente que o futebol me deu. Disputar o Fla-Flu, então... Um clássico imponente. Nunca vivi um jogo com tamanha mística. Foi um marco na minha carreira. E olha que disputei River Plate x Boca Juniors, Racing x Independiente e Real Madrid x Atlético de Madrid. Nada se compara ao Fla-Flu”, avalia o exgoleiro Fillol, campeão mundial pela Argentina, em 1978, e que defendeu a meta rubro-negra entre 1984 e 1985 — foram 71 jogos, com 40 vitórias, 20 empates, 11 derrotas e os títulos da Taça Guanabara de 1984 e da Taça Rio de 1985.
AS MELHORES ATUAÇÕES
Romerito também não economiza elogios para o Fla-Flu, embora tenha uma pequena frustração contra o rival. “Eu nunca fiz gol no Fillol. A bola sempre batia na trave”, brinca o ex-meia, que faz uma ressalva. “Minhas melhores partidas foram contra o Flamengo. Os gols eu fazia no Vasco”, frisa, saudoso do que define como o maior clássico do mundo.
“O que mais marca no FlaFlu é a torcida, a sua magia, suas cores. E, claro, o título que ganhei em cima do Flamengo, em 1984”, frisa Don Romero, campeão da Copa América de 1979 com o Paraguai, e que defendeu o Tricolor entre 1984 e 1989 — fez 212 jogos, com 105 vitórias, 71 empates, 36 derrotas e, além do Carioca de 1984, faturou o Brasileiro no mesmo ano e o Estadual de 1985.
ELOGIOS MÚTUOS
Adversários em campo, fãs declarados fora das quatro linhas. Fillol deixa a rivalidade de lado e elogia o talento de Romerito. “Era fora de série, decisivo para o Fluminense. Um craque que todo time gostaria de ter”, frisa Ubaldo Matildo ‘El Pato’ Fillol, hoje com 67 anos. Já Julio César Romero Insfrán,
de 57, vê o ex-camisa 1 do Flamo mengo comum paredão. “Uma grande pessoa, um grande goleiro. Era alto e tomava conta das traves, linte. Tenho grandes paraguaio, a seleção argentina”,lembranças que, dele elogios defendendorevelaà parte, o é puro otimismo ao falar do duelo de hoje, embora o Fluminense não vença o rival há sete jogos (três derrotas e quatro empates).
“Será um jogo duro, mas o Fluminense está se acertando. Vai fugir do rebaixamento no Brasileiro e ser campeão da Sul-Americana. Vamos vencer a primeira partida contra o Flamengo por 2 a 0”, prevê, enfatizando o critério do gol qualificado ao se jogar como visitante.
‘O PLACAR POUCO IMPORTA’
Fillol, que mora em Buenos Aires e tem acompanhado o Flamengo só pela internet, admite não conhecer profundamente o atual elenco e a campanha do time nesta temporada. Mas põe fé no Manto Sagrado. Ele crê na vitória hoje e na classificação, semana que vem.
“Infelizmente, tenho acompanhado pouco este time do Flamengo. Só que sou um torcedor rubro-negro. Amo essa camisa, esse clube. Sei que vamos vencer. O placar pouco importa”, avisa, ciente da rivalidade entre os clubes. Afinal, ontem, hoje e sempre, o Fla-Flu será eterno.