Crise provoca protesto em clínica municipal
Funcionários param de atender por atraso de salário e má condição de trabalho
Funcionários e pacientes da Clínica da Família do Complexo do Alemão fizeram manifestação contra as más condições de trabalho. Prefeito Marcelo Crivella se reuniu com representantes das Organizações Sociais.
Funcionários e pacientes da Clínica da Família Rodrigo Yamawaki Aguilar Reig, no Complexo do Alemão, protestaram ontem, contra as más condições de trabalho dos profissionais de saúde. O atendimento médico chegou a ser suspenso. De acordo com a Organização Social (OS) Viva Rio, que administra unidade, os repasses e salários estão atrasados.
O prefeito Marcelo Crivella esteve ontem com representantes das 9 OSs responsáveis pelas unidades de saúde e prometeu estudar a viabilidade do repasse e pagamento dos salários atrasados nos próximos dias, assim que receber o levantamento das organizações.
A restauradora patrimonial da UFRJ Rejane Alves, 47 anos, sofre de esquizofrenia e vai todos os dias à clínica do Alemão, onde almoça e faz os tratamentos. Ela revela que os funcionários tiram dinheiro do próprio bolso para ajudar os pacientes e que há cortes de energia elétrica. “O remédio que eu tomava está em falta. Também preciso coletar sangue mensalmente, mas há mais de um mês nenhum funcionário está indo em minha casa para fazer o procedimento”.
A dona de casa Azenir Oliveira, 44, tem um abcesso no rosto, mas não consegue ser atendida na unidade. “Nunca tem remédio e muita gente não tem atendimento porque os médicos ficam sobrecarregados”.
Além das clínicas, postos e UPAs, geridas pelas OSs, a crise da saúde também é grave nos hospitais. O Rocha Faria, em Campo Grande, chegou a atender só casos graves no fim de semana por conta da falta de insumos e funcionários.