O Dia

Parentes e Muspe ajudam

- Colaborou Maíra Coelho

mais para frente, mas não adianta pois o dinheiro (que chega com atraso) também não dá (para cobrir juros). Quem fica com o prejuízo somos nós. Na crise, mesmo sem dinheiro, não deixei de trabalhar um só dia”, lembra.

Ele contou que sua mãe também depende do estado: é pensionist­a do Hospital Pedro Ernesto (da Uerj). “Ela usou a poupança que meu pai deixou e eu tive ajuda de prima e amigos. E diante dessa situação, eles entenderam que ainda não dá para pagá-los. Vou esperar o 13º para quitar essas dívidas também”, lamentou.

Aposentada da Fundação para a Infância e Adolescênc­ia, Eunice Pires, 67, afirmou que nunca havia ficado no ‘vermelho’ antes da crise. Ela contou que as cestas básicas também a ajudaram a se manter, (além de amigos que lhe emprestara­m dinheiro). Na última sexta, ela buscou doação em igreja em Bangu.

“Os créditos dos atrasados ajudaram a quitar algumas dívidas, mas não ficou tudo em dia, pois tivemos que acertar contas com juros. As coisas só vão melhorar quando os salários voltarem a ser pagos normalment­e”, ressaltou.

Aposentada da Educação, Maria Diana Passos, 74 anos, deu aula no estado por 31 anos. Ela disse que se não fosse a ajuda dos filhos não teria como garantir os remédios que toma diariament­e. A servidora já teve um câncer na tireoide e, hoje, usa medicament­os para tratar disso e também para colesterol, pressão, entre outras doenças.

“São remédios caros e a gente fica numa situação... Além disso, um dos meus filhos está pagando meu plano de saúde”, contou ela, que mudou hábitos desde que os salários começaram ser pagos com atraso. “A minha situação só não é pior pois tenho com quem contar. E quem não tem?”, indagou a aposentada.

Em meio à situação de caos nas finanças do Rio, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) retomou, em julho, a campanha de arrecadaçã­o e doação de cestas básicas. Essa ação havia começado antes do Natal, em 2016. O estado depositou, na última semana, R$ 1,8 bilhão referente a maio, junho e julho para o funcionali­smo. E a campanha de cestas do Muspe se encerrou na última sexta. No entanto, ainda haverá entrega de kits em alguns polos até acabarem os estoques de alimentos.

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Júlio César lamentou ter se endividado mais por conta da crise do estado; ele disse que mesmo sem dinheiro foi trabalhar todos os dias na Uerj
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Eunice Pires foi buscar todo mês cestas doadas em ação do Muspe

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