A HISTÓRIA DA FAMÍLIA TELLES
Ahistória dos Barreto Telles de Menezes começa ainda no século XVII, quando três membros da família de fidalgos portugueses vieram para o Brasil, primeiramente na Bahia. Diogo Lobo Telles de Menezes, um dos irmãos, foi para o Rio de Janeiro, tornando-se o precursor da família no Estado. Foram seus descendentes, os responsáveis por diversas construções importantes na colônia e no império, como o Juizado de Órfãos da antiga Capitania e a Casa do Senado, cuja base de construção resistiu ao grande incêndio no final do século XVIII, permanecendo no local até os dias de hoje como o famoso Arco dos Teles. Por volta de 1700, a família já era proprietária de terras em toda Capitania, aparecendo como sesmeira na antiga freguesia de São João de Meriti, sob a liderança de Luiz Telles Barreto de Menezes. Seu filho, Pedro Antonio, já nasceu em terras meritienses, sendo mais tarde o responsável pela compra de uma grande área que viria a formar o Engenho do Barbosa, mais tarde Fazenda dos Telles. Essas terras formam hoje as localidades de Vilar dos Teles, Coelho da Rocha e parte do município de Duque de Caxias. Em 1864, toda a propriedade tinha 453 alqueires de terra, constituindo a propriedade do Comendador Pedro Antônio Telles Barreto de Menezes. O solar era o mais imponente da Baixada Fluminense e uma das maiores e prósperas fazendas, produtoras de açúcar e aguardente. Construída no final do século XVIII, a sede, de majestosa construção, era conhecida como o Vilar dos Teles. Era resguardada por uma alameda de palmeiras imperiais, o grande casarão de dois andares, era adornado em sua entrada com imponentes escadarias de pedra talhada, encimada por grandes portas laterais. Com a morte do Comendador em 1882, fez-se a divi- são do espólio, cabendo às mulheres os prédios no Rio de Janeiro e aos homens partes da Fazenda. No entanto, os irmãos divergiram quanto ao destino do velho solar e resolveram deixá-lo sob a administração do primogênito Pedro Telles de Barreto Menezes. Com seu falecimento em 1919, a Fazenda ficou totalmente abandonada, sofrendo sucessivos assaltos e depredações, sem nenhuma intervenção da família para preservar aquele patrimônio. Sendo assim, foi inevitável o arruinamento do belíssimo solar como retrata Ruy Afrânio Peixoto em seu livro ‘Imagens Iguaçanas’: “amontoaram-se diversos móveis repletos de porcelanas e cristais espatifados, quadros a óleo de pintores europeus, pratarias, etc., esmagados por um grande piano”. A partir da década de 40, a antiga fazenda foi retalhada e vendida para loteamentos à Cia. Várzea do Carmo. Os restantes dos imóveis situados na área da antiga fazenda, no bairro Venda Velha, em ruínas ou descaracterizados, têm como exemplo a Casa da Grota, propriedade de Antônio Telles Barreto de Menezes, que a construiu no final do séc. XIX e o Sítio Carioca, propriedade de Pedro Telles Barreto de Menezes, construído na década de 1930. Parte do acervo de pratarias, porcelanas e cristais que se salvaram no desabamento se encontram hoje no acervo do Instituto Histórico da Câmara Municipal de Duque de Caxias e os descendentes do Comendador Telles constituem ainda hoje importantes personagens da história da cidade.