Cartão vermelho pro
Projeto em comunidades com UPP forma jovens árbitros que podem atuar em jogos
Osonho de quase todos os meninos de ser jogador de futebol está mudando em algumas comunidades do Rio. Criado em 2012, o projeto Árbitro Pacificador está fazendo a garotada trocar a bola pelo apito e desejar seguir a carreira dos personagens mais perseguidos dos gramados: os juízes e bandeirinhas.
Idealizada pelo capitão Márcio Rocha, na UPP do Morro Santa Marta, a ideia já passou por Rocinha, Prazeres, São João, Macacos e Borel. E chegou à Barreira do Vasco no começo deste mês. O objetivo é que os jovens das comunidades tenham conhecimento de causa para apitar jogos de futebol amador e, no futuro, até atuar profissionalmente, após a participação em curso específico para a função.
“Agente pega dois tipos de alunos. O que está na escolinha de futebol e quer aprender as regras e disciplina, e o que quer especificamente ser árbitro de formação, para ganhar uma nova fonte de renda”, explica o soldado Daniel Wilson, coordenador do projeto, que, assim como o capi- tão Rocha, é lotado no Santa Marta e árbitro profissional.
Ocurso do projeto Árbitro Pacificador dura seis meses e dá ao aluno um diploma que permite atuar em partidas amadoras. O soldado Daniel conta que alguns ex-alunos estão apitando pelos campos da cidade.
“A gente certifica e acompanha depois como eles estão. Hoje, temos 14 jovens que acompa- nhamos semanalmente. Queremos que ingressem no mercado”, afirma o coordenador, que ressalta a importância do projeto para a rapaziada das comunidades carentes. “Agente percebe que os jovens iam para o caminho errado e hoje estão com a gente. Eles sentem o clima aqui e voltam para a disciplina. Os pais agradecem por isso. A intenção também é formar o cidadão.”