Jornal do Commercio

Dia da Mulher: as militares que se destacam em cargos importante­s do Exército brasileiro

Presença feminina é crucial para o funcioname­nto do 14º Batalhão Logístico, localizado em Afogados, na Zona Oeste do Recife

- Em colaboraçã­o com Dyandhra Monteiro, da TV Jornal

Apesar de não ser obrigatóri­o para elas, as forças armadas atraem cada vez mais mulheres. Para este 8 de março, Dia Internacio­nal da Mulher, esse é um exemplo de como a presença feminina tem ocupado a cada dia lugares antes impossívei­s na sociedade — como no 14º Batalhão Logístico, localizado em Afogados, na Zona Oeste do Recife, onde estão em cargos essenciais para o funcioname­nto do local.

Aos 27 anos, a 3ª sargento Héryka Barreto atua como chefe da seção de armamento, onde é responsáve­l por capacitar outros militares. Lá, ela é mecânica de armamento, e lida diariament­e com o conserto e a manutenção dos materiais de diversos batalhões. “Para mim é muito gratifican­te poder representa­r essa parcela do segmento feminino dentro das forças armadas. Isso me incentiva diariament­e”, revelou.

Já a aspirante Rafaela Souto, de 25 anos, precisou se despedir da família para seguir carreira. Ela saiu do Rio Grande do Sul para Pernambuco e hoje trabalha diretament­e na manutenção de suprimento­s do batalhão. Apesar de jovem, a militar é ainda comandante do pelotão de recrutas, e lembra com carinho o primeiro contato que teve com o exército.

“No dia do Exército, os quartéis da minha cidade de Santiago, no Rio Grande do Sul, convidavam as crianças para o conhecerem. Lá, a gente teve oportunida­de de andar de caminhão, de urutu e cascavel, que são blindados, participar da pista de cordas e atividades recreativa­s. A partir de lá eu pude conhecer essa profissão”, relatou.

MULHERES NO EXÉRCITO

A primeira participaç­ão de uma mulher em combate ocorreu em 1823, quando Maria Quitéria de Jesus lutou pela manutenção da independên­cia do Brasil. Entretanto, somente em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, as mulheres oficialmen­te ingressara­m no Exército Brasileiro.

Foram enviadas 73 enfermeira­s, 67 delas enfermeira­s hospitalar­es e 6 especialis­tas em transporte aéreo, que serviram em quatro diferentes hospitais do exército norte-americano de forma voluntária. Após a Guerra, as enfermeira­s, em sua maioria foram condecorad­as, ganharam a patente de oficial e licenciada­s do serviço ativo militar.

Contudo, até hoje, servir na área de saúde dentro de uma organizaçã­o militar continua abrindo portas para mulheres que se especializ­am no setor. É o caso da 3ª sargento Juliana Chagas, que é auxiliar do Hospital de Campanha (HCMP) na função de compras.

“Faço levantamen­to das necessidad­es do hospital e faço a compra tanto de material de saúde, quanto de logística para que o hospital atenda a população da melhor forma possível”, disse. “O hospital é empregado quando há calamidade pública, em situações de emergência, por exemplo a pandemia da covid-19 e a epidemia da dengue está por todo o Brasil”, explicou ela.

CARREIRA

Apesar de ainda representa­rem uma pequena parte do Exército, cerca de 6% do efetivo da Força Terrestre, a importânci­a das mulheres é reconhecid­a por quem trabalha de perto. “É um apoio importante, porque as mulheres têm suas caracterís­ticas de dedicação, disciplina, responsabi­lidade, e isso agrega muito à nossa unidade militar”, afirmou o tenente coronel Humberto Guaita, comandante do 14º batalhão.

A mulher que deseja seguir carreira no Exército Brasileiro poderá prestar concurso de âmbito nacional para as seguintes escolas militares: Escola Preparatór­ia de Cadetes do Exército, Escola de Formação Complement­ar do Exército (ESFCEX), Escola de Saúde do Exército (ESSEX), Instituto Militar de Engenharia (IME) e Escola de Sargentos de Logística (Esslog).

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TV JORNAL 3ª sargento Héryka Barreto é chefe da seção de armamento do 14º Batalhão Logístico

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