Jornal do Commercio

Mais de 1,7 mil pessoas foram baleadas na RMR entre janeiro e outubro

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Continuaçã­o

MAIS TIROTEIOS NO GRANDE RECIFE EM 2023

Levantamen­to do Instituto Fogo Cruzado revela que houve aumento de 8% no número de tiroteios na RMR em 2023. Entre janeiro e outubro, houve 1.510 disparos de armas de fogo, com 1.714 baleados. Desse total, 1.231 morreram e 483 ficaram feridos.

No mesmo período do ano passado, o Fogo Cruzado somou 1.404 tiroteios e 1.622 baleados, sendo 1.079 mortos e 543 feridos.

Os números indicam, ainda, que houve aumento de 14% no número de pessoas mortas.

“A violência raramente acontece por razões óbvias, por isso é preciso que o Estado invista em políticas públicas eficazes, pautadas em evidências, pois só conhecendo o problema é que podemos solucioná-lo. Ouvir a população é um grande passo nessa direção, pois é quem mais sofre com os efeitos do aumento da violência”, afirmou Ana Maria Franca, coordenado­ra regional do Instituto Fogo Cruzado.

E CADÊ O PLANO DE SEGURANÇA DE PERNAMBUCO?

Enquanto a criminalid­ade avança, o governo do Estado ainda não apresentou o detalhamen­to do novo plano de segurança que vai substituir o Pacto pela Vida.

Em 31 de julho, no Centro de Convenções, a governador­a Raquel Lyra lançou a política do Juntos pela Segurança e anunciou uma consulta pública para que toda a sociedade pudesse opinar sobre as ações necessária­s para combater a violência.

O Estado prometeu anunciar, até o final de setembro, as novas medidas para reduzir os crimes no Estado. Mas, até agora, isso não ocorreu - aumentando as críticas dos cidadãos e dos políticos da oposição.

De concreto, por enquanto, o governo estadual entregou novas viaturas para as polícias Civil e Militar. Também lançou editais para concurso da PM e do Corpo de Bombeiros. Em breve, ainda serão lançadas as seleções para preencher vagas da Civil e da Polícia Científica.

Em artigo publicado no JC, no último domingo, José Maria Nóbrega, que é doutor em ciência política pela Universida­de Federal de Pernambuco (UFPE), cobrou um plano de segurança para o Estado.

“O que o governo está fazendo de fato para controlar este tipo de crime que vitima principalm­ente os mais pobres? Absolutame­nte, nada. Não existe, de fato, plano de segurança pública em Pernambuco. O plano de segurança pública, que substituiu o Pacto Pela Vida, não tem nem meta de redução de homicídios”, afirmou o professor universitá­rio, que também é coordenado­r do Núcleo de Estudos da Violência, da Criminalid­ade e da Qualidade Democrátic­a (NEVCRIM) da Universida­de Federal de Campina Grande.

MÉDIA DE MORTES VIOLENTAS CRESCEU

A média diária de assassinat­os em Pernambuco, em 2023, é a maior dos últimos dois anos.

Em 2021, a média foi de 9,24 mortes violentas. No ano seguinte, o número subiu para 9,39. Agora, está em 9,96 (levando-se em consideraç­ão os meses de janeiro a setembro).

Em 68% dos crimes registrado­s em 2023, as vítimas tinham envolvimen­to com alguma atividade criminal.

De janeiro a outubro, 2.994 mortes violentas foram contabiliz­adas em Pernambuco. No mesmo período de 2022, foram 2.839. O aumento, até agora, é de 5,45%.

No Pacto pela Vida, a promessa era de redução anual de 12% nos homicídios. No Juntos pela Segurança, porém, o governo estadual ainda não divulgou qual meta será adotada.

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ARTHUR BORBA / JC IMAGEM Levantamen­to indicou que 1.231 pessoas morreram e 483 ficaram feridas à bala na RMR nos dez primeiros meses do ano

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