LIDERANÇA, SOLIDÃO E ESTOICISMO...
Unilever passa a contar com geração de energia renovável de biomassa de eucalipto na fábrica de Indaiatuba (SP). Iniciativa ajuda na meta de zerar emissões até 2039
Segundo estudo da Harvard Business Review (HBR), 50% dos CEOs entrevistados em diversos países, experimentam sentimentos de solidão e isolamento. Para além disto, 61% dos entrevistados dizem que este estado de isolamento, atrapalha sua performance.
Como já disse antes a liderança é uma arte e como em toda expressão de arte, tem como objetivo inspirar, mobilizar e até mesmo transformar pessoas. Isto não se consegue através da manipulação e sim do exemplo, atitude, visão clara do futuro, alinhamento de todos os stakeholders envolvidos no sucesso de sua empreitada e no conhecimento de suas próprias vulnerabilidades.
Diferentemente de um gerente, e aqui não falo de posição hierárquica e sim de mentalidade uma vez que temos muitos CEOs que se comportam como gerentes, o líder tem atenção voltada para a harmonia de todas as forças que possam afetar sua organização. Desta forma, seu espaço não se restringe apenas às exigências dos acionistas. Suas preocupações vão muito além disto, envolvendo os colaboradores, o meio ambiente e até mesmo as questões sociais que cercam a empresa. O verdadeiro líder entende que não haverá prosperidade sustentável e saudável em uma sociedade doente, desorganizada. Enquanto o gerente se preocupa essencialmente com o resultado financeiro de curto prazo o líder busca a criação de valor econômico da organização, não busca vencer a partida e sim permanecer no jogo o máximo possível. O líder tem suas próprias convicções.
Manter suas convicções e proposito, continuar inspirando, mobilizando e transformando, em meio a complexidade de lidar com os conflitos, tensões e contradições inerentes a tantos stakeholders, faz da liderança uma jornada de muita solidão. Muito embora, tenha claro a visão de onde quer chegar, na maioria das vezes o verdadeiro líder está longe de ter todas as respostas. A incerteza, falta de visibilidade e muitas vezes a indefinição, são ingredientes diários na dieta do líder. Diferentemente do estado mental do CEO gerente, que serve e recebe a direção de um único senhor, o líder convive com uma pluralidade imensa de opiniões.
Por outro lado, em grande medida, seus liderados esperam a direção, firmeza e certeza. Esperam isto até como medida de proteção de suas vidas, eles anseiam por segurança e não por risco. Manter sua convicção, sem afetar seu time com suas questões internas, exige um enorme esforço de performance, exige muitas vezes isolamento e definitivamente muita solidão.
O estoicismo, escola filosófica fundada por Zenão no início do século III A.C., se transformou na filosofia de vida de grandes generais, políticos, empresários e até mesmo imperadores. Se fundamenta no conceito que não podemos controlar ou mesmo contar com nada que esteja além de nosso pensamento. O estoicismo não significa acomodação ou embotamento das emoções, mas sim ajuste de nossas percepções sobe as pessoas e sobre o mundo; na disciplina de nossa ação — autocontrole; e na disciplina de nossa vontade, isto é, como lidamos as coisas que podemos mudar e com aquelas que são inexoráveis.
O líder estoico, não espera reconhecimento, sua recompensa é a realização de suas convicções. Não espera a compreensão e nem mesmo a fidelidade, uma vez que entende as vulnerabilidades e fragilidades da natureza humana. Se movimenta solitário, mas nunca sente o peso da solidão.
Se você consegue compreender tudo isto, mesmo não estando em uma posição de liderança, você tem o DNA do líder. Invista nisto.
O verdadeiro líder entende que não haverá prosperidade em uma sociedade doente e desorganizada... Incerteza, falta de visibilidade e indefinição são ingredientes na dieta do líder
Uma limpeza ainda mais eficiente e sustentável. Para avançar em sua meta de zerar as emissões de suas operações até 2039, a gigante Unilever tem ampliado a utilização de energia verde em seus parques industriais. Na unidade de Indaiatuba (SP), a maior fábrica de produção de detergente em pó do mundo, a companhia agora conta com geração de energia renovável com biomassa de eucalipto. “A empresa foi precursora em trazer as agendas de sustentabilidade para dentro do mundo corporativo, antes mesmo de o termo ESG ganhar projeção global. A gente elevou os padrões de compromisso e trouxe temas novos, além das questões de clima”, disse à DINHEIRO Suelma Rosa, head de reputação e assuntos corporativos da Unilever.
Com investimento de R$ 48 milhões, a fábrica de
biomassa vai contribuir na redução da emissão de 37 mil toneladas de CO2 por ano, o que equivale a 14 mil quilômetros quadrados de floresta. “A gente só conseguiu trazer essa solução quando a gente combinou a tecnologia de biomassa com inteligência artificial, por meio da digitalização da operação”, afirmou Suelma. “Nosso sistema faz equalização do volume de vapor produzido pela biomassa, que permitiu a utilização desse método. Tudo isso com tecnologia brasileira.”
Outra ação importante da Unilever na trilha da descabornização no Brasil foi a implementação, no ano passado, de um biodigestor com capacidade de produzir energia térmica e renovável para 100% de abastecimento da fábrica em Pouso Alegre (MG), maior planta de produção de alimentos da companhia na América Latina, além de tratar em torno de 80% dos resíduos orgânicos gerados pelo processo produtivo na unidade. A fábrica mineira é capaz de reduzir as emissões de dióxido de carbono em 300 toneladas por ano. O número corresponde a 166 carros circulando em um ano. “É uma composteira gigante, que, além de gerar energia, também consome resíduos de produção para gerar adubo”, disse.
Além das fábricas de Pouso Alegre e Indaiatuba, a Unilever também realizou a transição de energia renovável na unidade de Valinhos (SP), com a utilização de cavaco de madeira reciclada. Nos produtos, a companhia tem investido no uso de ingredientes de baixo carbono, em novas fórmulas baseadas em plantas e em produtos de limpeza isentos de combustíveis fósseis.
MENOS PLÁSTICO A Unilever também tem acelerado seu processo de utilização de plástico reciclado no Brasil. Recentemente a empresa saltou de 21% para 27% no índice de reciclabilidade, o que antecipou a meta inicial, que era de contar com 25% de plástico pós-consumo utilizado até 2025. “E a gente segue aumentando os volumes porque a gente tem feito mais parcerias para acelerar iniciativas nesse sentido”, afirmou a executiva. Entre os pilares associados à meta de plástico reciclado estão novo design de embalagens e a retirada do volume equivalente de plástico lançado no mercado. “A gente faz ações para criar um ambiente favorável à circularidade.”
E Suelma tem consciência que mudar essa cultura tem muito a ver com hábito. “Isso inclui atuar para gerar renda digna aos catadores e catadoras, associada à proteção dos direitos humanos”, afirmou. “Como indústria, a gente aprendeu que é possível reciclar, mas é preciso cuidar das pessoas que atuam nesse setor.”
No caso da marca Omo, a Unilever conseguiu reduzir o uso de plástico virgem em 2,2 milhões de toneladas ao ano. Entre as iniciativas, estão investimentos em concentrados, que utilizam 72% menos plástico em comparação com Omo líquido, até tampas produzidas 100% com resina de plástico reciclado.
Além do empenho próprio em reduzir a pegada de carbono em seu processo de produção, a Unilever tem trabalhado para assegurar que os fornecedores da companhia trilhem pelo mesmo caminho. “A Unilever tem a obrigação de liderar a transformação de seus fornecedores. O impacto que promovemos acontece também com nosso entorno. Atualizamos nosso plano de transição de baixo carbono, aprofundando as ações desses parceiros que fornecem para a nossa companhia. Isso é muito importante”, disse Suelma.
A empresa foi precursora em trazer as agendas de sustentabilidade para o mundo corporativo, antes de o termo ESG ter projeção global”
SUELMA ROSA
HEAD DE REPUTAÇÃO E ASSUNTOS CORPORATIVOS DA UNILEVER