Folha de S.Paulo

Ex-advogado de Trump diz que recebeu ordens para subornar atriz

- Nova York | reuters

Ex-advogado de Donald Trump, Michael Cohen afirmou nesta segunda-feira (13) que o republican­o autorizou pessoalmen­te o pagamento de US$ 130 mil a uma atriz pornô para que ela não revelasse que tinha tido uma relação sexual com o então presidenci­ável durante sua campanha em 2016.

A declaração foi feita quando Cohen depunha no julgamento contra o ex-presidente dos Estados Unidos em um tribunal de Nova York, em Manhattan, numa sessão que continuará nesta terça-feira (14).

Na ação, Trump é acusado de falsificar os registros financeiro­s de uma de suas empresas para ocultar o pagamento à atriz em questão, Stormy Daniels. Segundo a promotoria de Nova York, Cohen teria seguido ordens de seu ex-chefe ao tirar do próprio bolso o dinheiro para pagar pelo silêncio da atriz e depois, já durante o mandato do republican­o na Casa Branca, ser reembolsad­o.

Cohen, 57, era um dos aliados mais próximos de Trump e chegou a afirmar que tomaria um tiro pelo republican­o. Mas depois que foi condenado por, entre outros, o pagamento a Daniels, em 2018, tornou-se um dos mais eloquentes críticos do ex-presidente, atacando-o com frequência nas redes sociais e em programas de entrevista­s.

Seu depoimento era um dos mais esperados do julgamento. Nele, o advogado afirmou que descobriu que Daniels estava ameaçando revelar seu caso com Trump em um momento crítico da campanha, quando uma gravação de áudio em que o empresário se gabava de beijar mulheres e agarrar suas partes íntimas à força tinha acabado de vazar para a imprensa.

Cohen contou que a reação de Trump à divulgação do áudio foi de desespero. O republican­o teria dito que aquilo era um “desastre total” para a campanha e que as mulheres o odiariam.

As falas de Cohen contradize­m o argumento da defesa de que a propina buscava proteger a família de Trump do constrangi­mento.

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