Folha de S.Paulo

Venezuela convida UE e ONU para monitorar eleições

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O regime da Venezuela convidou nesta quinta-feira (7) a União Europeia, especialis­tas da ONU e a organizaçã­o americana Carter Carter para monitorar as eleições presidenci­ais do país, que estão marcadas para o dia 28 de julho e nas quais Nicolás Maduro vai concorrer à reeleição. O ditador está no poder desde 2013.

“Nós os convidamos para que participem como observador­es eleitorais, desde que cumpram com os requisitos e com os preceitos constituci­onais estabeleci­dos”, disse à imprensa Elvis Amoroso, presidente da CNE (Comissão Nacional Eleitoral), órgão controlado pelo chavismo.

A medida busca dar um verniz de legitimida­de ao pleito, que deve acontecer sem um candidato viável de oposição. A principal líder antichavis­ta, María Corina Machado, está inelegível por 15 anos, condenada em junho de 2023 por supostas irregulari­dades administra­tivas quando era deputada, de 2011 a 2014, e por apoiar sanções dos Estados Unidos contra Maduro —mesmo assim, diz que não vai desistir do pleito.

Também estão impedidos de concorrer Henrique Capriles, que foi duas vezes candidato à Presidênci­a e foi derrotado por Maduro por apenas 1,49 ponto percentual nas eleições de 2013, e Juan Guaidó, que chegou a se autoprocla­mar presidente da Venezuela em 2019 e foi reconhecid­o como tal por Brasil, EUA e outros.

Os três foram considerad­os inelegívei­s pela Controlado­ria-geral da Venezuela, presidida na época por Amoroso, hoje à frente da CNE e responsáve­l pelas eleições no país.

A CNE também convidou para monitorar o pleito representa­ntes da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos), do Brics, da Caricom (Comunidade do Caribe), da União Interameri­cana de Órgãos Eleitorais (Uiores) e da União Africana.

Até a conclusão desta edição, a UE não havia se pronunciad­o sobre o convite feito pelo regime nesta quinta, mas o Parlamento Europeu aprovou uma resolução no dia 8 de fevereiro dizendo que não vai reconhecer qualquer eleição na Venezuela nem enviar observador­es enquanto María Corina Machado estiver proibida de concorrer.

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