Folha de S.Paulo

Almejou desenvolvi­mento econômico e justiça social

ROBERTO NICOLAU JEHA (1938 - 2023)

- coluna.obituario@grupofolha.com.br Samuel Fernandes

O industrial Roberto Nicolau Jeha foi uma importante voz na defesa da indústria brasileira. Desde jovem, ele estava envolvido no ramo: o pai dele, Nicolau Calil Jeha, nasceu no Líbano, mas migrou para o Brasil e, depois de uma atuação como comerciant­e, iniciou a carreira industrial.

Formado em administra­ção pela FGV (Fundação Getulio Vargas), Roberto seguiu os passos profission­ais do pai. “Desde sempre, ele trabalhou nos negócios do meu avô”, conta Sandra Cassab Jeha.

Um dos feitos de Roberto Jeha foi estruturar um negócio de papel e papelão ondulado, a indústria São Roberto, em São Paulo. Quando foi comprada, não era próspera. Pelas mãos de Roberto, ela cresceu e se tornou uma das mais importante­s no ramo.

O interesse que ele tinha pela indústria também foi sentido em outras contribuiç­ões que fez ao setor. Ele chegou a ser vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e também foi diretor de política industrial da federação.

A confiança na indústria era por acreditar que ela seria um motor essencial para o desenvolvi­mento econômico do Brasil. Mas não só isso: também desejava que o cresciment­o resultasse em um progresso na justiça social do país.

“Ele tinha essa força de ser um industrial, mas, ao mesmo tempo, queria ver para o país um desenvolvi­mento econômico acompanhad­o de maior justiça social”, diz Sandra.

Jazz era uma paixão do administra­dor, memória que Sandra guarda dos dias em que o pai colocava para tocar discos de grandes nomes do gênero musical.

E toda a família também foi uma paixão para o industrial. Embora fosse filho único, teve uma rede extensa de familiares, como primos e primas. A família que ele próprio constituiu também foi essencial na sua trajetória. Casou-se com Sonia Cassab Jeha em 1965. Com ela, teve seis filhos: um homem e cinco mulheres. Sandra foi a segunda a nascer.

A união foi de tamanha importânci­a que faz Sandra se lembrar de um detalhe em específico. “Segundo ele, [o casamento] foi a melhor coisa que fez na vida. No aniversári­o de 55 anos de casamento, ele me deu esse depoimento.”

Roberto Jeha passou a enfrentar dificuldad­es de locomoção e, há cerca de um mês, sofreu uma queda. Com um traumatism­o craniano, precisou ser internado e outras complicaçõ­es de saúde apareceram. Foi em razão desse quadro que ele morreu na madrugada deste sábado (27), aos 84 anos de idade.

Ele deixa os seis filhos, a esposa, oito netos, primos, amigos e colaborado­res de trabalho. O velório será realizado neste domingo (28), às 14h30, no Cemitério do Morumbi, na zona oeste de São Paulo.

Procure o Serviço Funerário Municipal de São Paulo: tel. (11) 3396-380a0 e central 156; prefeitura.sp.gov.br/servicofun­erario.

Anúncio pago na Folha: tel. (11) 3224-4000. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb. e dom.: 12h às 17h.

Aviso gratuito na seção: folha.com/ mortes até as 18h para publicação no dia seguinte (19h de sexta para publicação aos domingos) ou pelo telefone (11) 3224-3305 das 16h às 18h em dias úteis. Informe um número de telefone para checagem das informaçõe­s.

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