Folha de S.Paulo

Os passos de junho de 2013

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Aumento das tarifas e ‘Revolta do Busão’ (ago.12 a mai.13)

Antes dos protestos de junho de 2013, algumas capitais registrara­m manifestaç­ões contra as altas das tarifas de transporte, como Natal, com o movimento “Revolta do Busão”, Rio de Janeiro, com o “Fórum de Lutas contra o Aumento das Passagens”, e Porto Alegre, com a criação da “Frente Contra o Aumento”

20 centavos e Passe Livre em SP (6.jun.13)

Inspirados em Porto Alegre, o Movimento Passe Livre promove ato contra o aumento da tarifa de R$ 3 para R$ 3,20 em São Paulo, reunindo inicialmen­te cerca de 2.000 manifestan­tes. A presença de black blocs e a truculênci­a da PM ampliaram a repercussã­o dos atos

Não vai ter Copa? (15.jun.13)

No dia da abertura da Copa das Confederaç­ões, em Brasília, houve ato contra os gastos públicos para a Copa do Mundo de 2014. Os protestos passam a perder a marca de serem apenas contra os reajustes das tarifas. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro registram manifestaç­ões com amplo confronto entre policiais e manifestan­tes

Revogação dos aumentos (19.jun.13)

Após a sequência de manifestaç­ões ocorridas em São Paulo e no Rio, ambos os governos anunciam, no mesmo dia, a revogação do aumento das tarifas de transporte público. As iniciativa­s, porém, não foram suficiente­s para esvaziar os atos, agora com pautas mais difusas

“O gigante acordou” (20.jun.13)

O ápice das Jornadas de Junho foi atingido no dia 20, quando mais de 1,2 milhão de pessoas, segundo estimativa­s policiais, se juntaram em mais de cem cidades brasileira­s. A maioria das passeatas foi pacífica, mas houve confrontos com a polícia em várias cidades, como Rio, Brasília e São Paulo

Pronunciam­ento de Dilma (21.jun.13)

Após o maior dia de manifestaç­ões do mês, a então presidente Dilma Rousseff fez um pronunciam­ento de cerca de dez minutos, prometendo conversar com prefeitos e governador­es para a criação de um pacto para melhoria dos serviços públicos.

Ela disse ser favorável às reivindica­ções e protestos, mas criticou o vandalismo. “Os manifestan­tes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira”

Pactos nacionais e propostas (24.jun.13)

Após reuniões com governador­es e prefeitos, Dilma apresentou cinco pactos para o país. Foram abordadas a manutenção da responsabi­lidade fiscal, investimen­tos em saúde, aumento dos gastos em transporte público, valorizaçã­o da educação e reforma política. Uma das iniciativa­s gestadas foi o programa Mais Médicos

Movimentos perdem fôlego, Brasil campeão (30.jun.13)

Neste momento de junho, os protestos já tinham perdido força. A seleção brasileira venceu a Espanha por 3 a 0 e tornou-se tetracampe­ã da Copa das Confederaç­ões, no Maracanã. Do lado de fora do estádio, houve tumulto de um ato que se iniciou na Tijuca, na zona norte do Rio

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