Patrimônio está dentro do normal, diz presidente da Câmara
A reportagem enviou perguntas sobre as disputas envolvendo a fazenda em Pernambuco para o presidente da Câmara e o questionou sobre os relatos de violência e a respeito do fato de nunca ter declarado a compra à Justiça Eleitoral.
O deputado, por meio de sua assessoria, respondeu genericamente que adquiriu todo o seu patrimônio “dentro da normalidade, com recursos provenientes de quase 40 anos de trabalho e investimentos corretos”.
Também afirmou que em todo ano eleitoral surgem “acusações sem nexo, fatos já julgados em que se comprovou não haver irregularidades e notícias requentadas”.
A Folha foi até a sede da fazenda, e a equipe local afirmou que só poderia falar com autorização dos patrões. À Justiça pernambucana, sobre o caso de usucapião, os advogados do parlamentar afirmaram que se, houver posse por parte da família do ex-funcionário da usina de cana, “ela é clandestina”.
Disseram também que Lira exerce a agropecuária “em toda a extensão da fazenda componente do Engenho Proteção” e anexaram relatórios sobre seu rebanho para justificar a afirmação.
Citaram ainda o cultivo sazonal de milho na propriedade para a alimentação dos animais e pediram a produção de prova testemunhal e uma inspeção judicial nas terras.
No caso envolvendo a reintegração de posse, a defesa disse à Justiça que ele tem posse legítima que “decorre de negócio jurídico de compra e venda” de 2008. Também citou que o Código Civil considera possuidor quem “tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”.
Na época da invasão pelos sem-terra, a defesa de Lira disse que o Incra desistiu de desapropriar a área porque o imóvel foi retirado da categoria “grande propriedade” e porque havia um lixão nas proximidades que inviabilizaria a criação de assentamento.