Seleção feminina de vôlei vence russas de virada e disputará semifinal
Seleção feminina, que há cinco anos capitulou nas quartas de final, disputará semifinal diante da Coreia do Sul
tóquio Ao ganhar de virada das russas, a seleção brasileira feminina de vôlei expurgou fantasmas de Olimpíadas passadas. Bicampeão olímpico em 2008 e 2012, o time capitulou diante da China nas quartas de final do Rio-2016 após passar invicto a primeira fase.
Em Tóquio, a vitória contra o Comitê Olímpico Russo nesta quarta (4), por 3 sets a 1 (23/25, 25/21, 25/19 e 25/22), levou a equipe comandada por José Roberto Guimarães, vitoriosa em todas as partidas até aqui, às semifinais do torneio. Terá pela frente a Coreia do Sul.
“O pessoal sabe que, se deixar o Brasil crescer, vai ter trabalho. Se a gente encontrar um pouco de força, vai brigar”, afirmou o treinador.
O confronto desta quarta ameaçou ressuscitar o baque de cinco anos atrás, mas por fim evocou uma memória mais feliz para as brasileiras.
Em 2012, nessa mesma fase da competição, a equipe verde-amarela bateu as russas num duelo histórico, após salvar seis match points.
Em Tóquio, nem de longe foi preciso chegar a tanto, embora o início do confronto tenha sido tenso para as brasileiras, atrás do marcador em todo o primeiro set e na maior parte do segundo. A recuperação ao fim da segunda parcial enfim colocou as brasileiras no comando da situação, como o histórico da primeira fase indicava que deveria ser.
O Brasil, é verdade que numa chave mais fraca, chegou ao mata-mata com cinco vitórias. Já as russas —que em Tóquio atuam sem o nome e a bandeira do país por conta de punição por doping— passaram na quarta colocação, com três vitórias e duas derrotas.
Quando as duas seleções se enfrentaram na Liga das Nações, em junho, a vitória brasileira foi obtida por 3 sets a 0, com ampla superioridade.
O torneio feminino tem sido marcado por surpresas: eliminação da atual campeã, a China, na primeira fase, derrota da Turquia para a Coreia do Sul nas quartas e um confronto das favoritas Itália e Sérvia já nas quartas, em que as sérvias atropelaram as italianas.
No jogo, as russas impuseram velocidade desde o começo e abriram 4 a 0. Quando a vantagem chegou a 17 a 13, o técnico José Roberto Guimarães colocou a levantadora Macris no lugar da oposta Tandara, e Rosamaria no de Roberta.
Foi a volta de Macris ao time após dois jogos afastada por uma torção no tornozelo. Houve melhora, mas não o bastante para salvar o set.
Na segunda parcial, o Brasil conseguiu ficar à frente, 3 a 2, mas uma sequência de erros na recepção e no ataque possibilitou às russas abrirem 15 a 9. Zé Roberto, então, colocou Rosamaria no lugar de Tandara. Ao lado da central Carol, ela conduziu o time ao seu melhor momento, o que permitiu a virada e o empate em 1 set a 1.
No terceiro set, o Brasil assumiu o placar e até levou a melhor em ralis. Num deles, Gabi salvou com o pé, e Macris arrematou com soco na bola.
A última parcial foi disputada ponto aponto, mas no fimas brasileiras prevaleceram, num ponto com direito à defesa da líbero Camila Brait e contraataque de Rosamaria. A oposta foi a alma da recuperação e fez 16 pontos, mesmo número da central Carol Gattaz. A ponteira Gabi, além de maior pontuadora, com 18, de novo liderou o time nas horas duras.
Ao fim, muita festa e alívio. José Roberto Guimarães, técnico tricampeão olímpico, saiu correndo, com os dedos erguidos, exultante em voltar à disputa por medalha com a seleção feminina. Cerca de 50 pessoas ligadas ao COB e à Confederação Brasileira de Voleibol vibraram nas arquibancadas, criando ambiente de torcida. A nadadora Ana Marcela Cunha, campeã na maratona aquática, estava no apoio.
Nas semifinais, só Brasil já tem títulos olímpicos (2008 e 2016). O Brasil pegará a Coreia na sexta (6), em horário a ser definido: 1h ou 9h (de Brasília). Sérvia, atual vice olímpica, e EUA, tricampeão da Liga das Nações, duelam na outra semifinal. As disputas do ouro e do bronze serão no domingo (8), último dia dos Jogos.