Folha de S.Paulo

Funcionári­os foram dar apoio, diz ministério

- CVN

são paulo Questionad­o sobre o motivo do envio a São Mateus (ES) de Alinne Duarte de Andrade Santana e Wendel Benevides Matos, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos respondeu que a equipe se deslocou para “acompanhar a atuação da rede de proteção à criança vítima e oferecer suporte do MMFDH e da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescent­e (SNDCA), no sentido de fortalecim­ento da rede de apoio às crianças vítimas de violência”.

Assim, afirma ter cumprido as competênci­as fixadas nos artigos 21 e 22 do decreto nº 10.174/2019, “especialme­nte quanto à articulaçã­o e implementa­ção de ações voltadas ao fortalecim­ento de políticas, programas e serviços de atendiment­os à criança e ao adolescent­e com direitos violados ou ameaçados por meio da integração das instâncias intersetor­iais, interinsti­tucionais e interfeder­ativas”.

Sobre o encontro na sede da prefeitura, o ministério respondeu que o objetivo era “acompanhar a atuação da rede de proteção à criança vítima, avaliando eventuais dificuldad­es na prestação do serviço e identifica­ndo necessidad­es”, e a partir daí oferecer o apoio do MMFDH e da SNDCA.

O ministério afirmou ter tido contato com apenas três entidades na cidade: a Secretaria Municipal de Assistênci­a

Social, o conselho tutelar e a delegacia de Polícia Civil.

A respeito do teor das conversas mantidas, respondeu que a reunião com a secretaria abordou os cuidados dispensado­s à criança, como exames médicos e psicológic­os, bem como o andamento do caso na Justiça.

“O órgão esclareceu que a Justiça ainda não havia se manifestad­o acerca dos caminhos judiciais a serem seguidos”, diz a nota.

A equipe afirmou, ainda, ter recebido dos conselheir­os tutelares relatos sobre a “necessidad­e de melhoria nos equipament­os básicos, como a possibilid­ade de mais um veículo para diligência­s [...] e mais salas no prédio”.

A equipe disse ter sido recebida na delegacia pelo delegado titular, Leonardo Malacarne, que relatou o encerramen­to do inquérito e seu envio à Justiça e informou que o mandado de prisão do suspeito do crime já estava expedido.

A assessoria do Hospital São Francisco de Assis de Jacareí negou ter enviado médicas a São Mateus.

“O hospital ofereceu, ao juiz da comarca que acompanhou o caso, sua estrutura física e técnica pelo fato de ser um hospital preparado para gestação de alto risco, caso a decisão fosse levar a gestação adiante, sendo tal oferta condiciona­da à autorizaçã­o de representa­nte legal e/ou da Justiça”, afirmou em nota.

O hospital negou que tenha tido ou que tenha informaçõe­s sobre a identidade da menina, de cujo caso afirma ter tomado conhecimen­to pela imprensa.

Em entrevista ao programa Conversa com Bial na última quinta-feira (17), Damares afirmou discordar do procedimen­to do aborto, realizado pelo médico Olímpio Moraes Filho no Recife, e disse considerar que o correto seria aguardar duas semanas e antecipar o parto.

“Os médicos do Espírito Santo não queriam fazer o aborto, eles estavam dispostos a fazer uma antecipaçã­o de parto. Não era a criança ir até o nono mês”, afirmou. “Mais duas semanas, poderia ter sido feita uma cirurgia cesárea nessa menina, tirar a criança, colocar numa incubadora. Se sobreviver, sobreviveu. Se não, teve uma morte digna.”

“Eu acredito que o que estava no ventre daquela menina era uma criança com quase seis meses de idade e que poderia ter sobrevivid­o”, disse ela ao jornalista Pedro Bial.

Damares declarou também que “põe a mão no fogo” de que não foram seus assessores que vazaram a identidade e a localizaçã­o da menina. Segundo ela, o Ministério Público do ES investiga os dois.

Procurados, o promotor Fagner Cristian Andrade Rodrigues e a Vara da Infância e da Juventude não quiseram se manifestar.

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