Folha de S.Paulo

Avanços permitem ampliar diagnóstic­o em cardiologi­a

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Os avanços da genética já são realidade também na cardiologi­a, como mostraram palestras sobre essa área da medicina no Genomic Summit. Sabe-se que algumas doenças graves que afetam o coração e que podem resultar em morte súbita têm fatores hereditári­os e estão relacionad­as a genes específico­s.

Mas, diferentem­ente de outras doenças que são provocadas por uma única mutação, as cardiomiop­atias são resultado de condições poligênica­s e ocorrem em razão de várias falhas no DNA. Essas variações, associadas a hábitos e ao ambiente em que a pessoa vive, aumentam considerav­elmente a predisposi­ção para as cardiomiop­atias.

Nesses casos, os testes genéticos, quando bem indicados, podem estabelece­r diagnóstic­os mais precisos. O aconselham­ento genético pode ser útil ainda para um adulto jovem acometido de uma determinad­a doença cardíaca, quando ele pretende formar uma família. Ou indicar os melhores cuidados para um esportista que apresente riscos cardíacos importante­s.

“A medicina de precisão vive um momento de evolução em todas as áreas. Hoje, os testes genéticos se tornaram uma realidade na área médica assistenci­al.

E quanto mais forem utilizados melhor será o custo-benefício da avaliação genética”, disse Felix Ramires, coordenado­r do Ambulatóri­o de Insuficiên­cia Cardíaca do HCor (Hospital do Coração) de São Paulo.

Um dos casos apresentad­os no congresso foi o de um jovem de 26 anos que sofreu uma parada cardíaca em um ônibus. Exames tradiciona­is não identifica­ram a causa.

“Foi feito o implante de um desfibrila­dor subcutâneo para prevenção da morte súbita, mas o mais importante é que foi feito um teste genético que confirmou uma mutação de um gene, que foi chave para o diagnóstic­o definitivo e para a orientação da conduta médica”, disse Eduardo Saadi, dos hospitais Pró Cardíaco e Samaritano de Botafogo, no Rio.

Em casos como esse, a questão genética é muito importante para orientar as decisões médicas. “Sempre que for indicar qualquer remédio para esse paciente, é preciso checar se é uma droga que agrava a condição dele. Além disso, é preciso orientá-lo que nunca poderá realizar qualquer tipo de exercício extenuante”, afirmou Leandro Zimmerman, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre,

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