Justiça condena Geddel por coagir ministro de Temer
brasília A Justiça Federal em Brasília condenou o exministro Geddel Vieira Lima (MDB) à perda de função pública e à suspensão de direitos políticos por cinco anos.
A decisão se deu em ação civil de improbidade administrativa ajuizada após a Folha noticiar, em novembro de 2016, que o então chefe da Secretaria-Geral de Governo de Michel Temer (MDB) pressionou o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, a produzir parecer técnico favorável a seus interesses em um negócio imobiliário.
A defesa informou que recorrerá. Geddel está preso desde 2017 devido a um processo que trata de seu envolvimento em supostos casos de desvio e ocultação de recursos públicos. Atualmente, está recolhido em Salvador.
A defesa do ex-ministro requereu sua liberação por ter 61 anos e integrar grupo com maior risco do coronavírus, mas o pedido foi negado.
Em outubro de 2019, Geddel foi condenado a 14 anos e 10 meses de prisão e multado em cerca de R$ 1,6 milhão, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O entendimento foi que ele fez investimentos de dinheiro ilícito em uma construtora, além de ter ocultado R$ 51 milhões em um bunker.
A ação de improbidade administrativa tratou do caso denunciado por Calero.
À Folha, Calero disse ter sido procurado pelo menos cinco vezes para que o Iphan, subordinado à Cultura, aprovasse projeto imobiliário nos arredores de área tombada em Salvador. Geddel teria um apartamento em andar alto do prédio.