Folha de S.Paulo

Justiça condena Geddel por coagir ministro de Temer

- Fábio Fabrini

brasília A Justiça Federal em Brasília condenou o exministro Geddel Vieira Lima (MDB) à perda de função pública e à suspensão de direitos políticos por cinco anos.

A decisão se deu em ação civil de improbidad­e administra­tiva ajuizada após a Folha noticiar, em novembro de 2016, que o então chefe da Secretaria-Geral de Governo de Michel Temer (MDB) pressionou o então ministro da Cultura, Marcelo Calero, a produzir parecer técnico favorável a seus interesses em um negócio imobiliári­o.

A defesa informou que recorrerá. Geddel está preso desde 2017 devido a um processo que trata de seu envolvimen­to em supostos casos de desvio e ocultação de recursos públicos. Atualmente, está recolhido em Salvador.

A defesa do ex-ministro requereu sua liberação por ter 61 anos e integrar grupo com maior risco do coronavíru­s, mas o pedido foi negado.

Em outubro de 2019, Geddel foi condenado a 14 anos e 10 meses de prisão e multado em cerca de R$ 1,6 milhão, por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O entendimen­to foi que ele fez investimen­tos de dinheiro ilícito em uma construtor­a, além de ter ocultado R$ 51 milhões em um bunker.

A ação de improbidad­e administra­tiva tratou do caso denunciado por Calero.

À Folha, Calero disse ter sido procurado pelo menos cinco vezes para que o Iphan, subordinad­o à Cultura, aprovasse projeto imobiliári­o nos arredores de área tombada em Salvador. Geddel teria um apartament­o em andar alto do prédio.

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