China reduz tarifa de importação de suínos
Medida é favorável ao Brasil, diz associação; produtor, no entanto, avalia decisão com cautela, por ver risco de preço cair
SÃO PAULO A China anunciou nesta segunda (23) que vai reduzir em 2020 tarifas sobre 850 produtos que vão de carne suína congelada e abacate e semicondutores. O país busca aumentar as importações em meio à desaceleração da economia e à guerra comercial com os Estados Unidos.
As tarifas de importação temporárias mais baixas serão adotadas para importações de países com os quais a China não possui acordo de comércio estabelecido.
As mudanças foram adotadas para “aumentar as importações de produtos que enfrentam uma relativa escassez doméstica, ou produtos gia. “Tivemos que diversificar para não perder cliente”, afirma ela, que estima uma queda nas vendas de 50% em relação ao mesmo período do ano passado.
No Açougue Irmãos Hollup, a clientela também diminuiu cerca de 20% ante 2018, segundo Wellington Cuenca, um dos proprietários. “O preço da carne de porco aumentou muito e não caiu”, diz ele, que vende pernil com osso a R$ 18 o quilo e o leitão a R$ 38.
Os dados da Fipe mostram que o pernil com osso foi a carne que ficou mais cara em 12 meses, na capital. A alta foi de 50,39%, seguida por outros cortes, como lombo de porco com osso, que subiu 24,02%. Bacalhau (15,73%) e as aves natalinas em geral (10,82%) também encarecem a cesta do Natal, que teve aumento geral de 3,19%.
Consumidores também têm especiais estrangeiros para o consumo diário”, afirmou o Ministério das Finanças do país em comunicado.
China e Estados Unidos amenizaram sua guerra comercial neste mês ao anunciar a fase 1 de um acordo que, vai reduzir tarifas dos EUA em troca, por exemplo, de mais compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos.
A tarifa sobre carne suína congelada passará de 12% a 8%.
O país enfrenta problemas na oferta da proteína depois de um surto de peste suína africana que começou em agosto de 2018 reduzir quase pela metade o rebanho chinês.
Em resposta, a China busca deixado de comprar as tradicionais frutas de fim de ano. Proprietário da Império das Frutas, Victor Lopes estima queda de 10% do número de clientes em relação a 2018.
“Parece que o Natal está perdendo a tradição. Para 2020, não sei se vai melhorar, depende da economia.”
Rodolfo Cesar, gerente no Empório das Frutas, considera que o movimento caiu pela metade em 2019, mas é otimista.
“Espero que, nesta última semana, dê uma melhorada.”
Poucos clientes caminhavam no mercado Kinjo Yamato, na região central, em frente ao Mercadão. Dono de uma banca de frutas, Justino Neto diz que o segundo semestre do ano foi pior. “O pessoal tem reclamado do preço dos produtos, mas não consigo baixar”, diz ele, que vendia cereja a granel a R$ 60 o quilo. impulsionar a produção de suínos, e tem elevado as importações de várias carnes para atender à demanda local.
O país importou 1,733 milhão de toneladas de carne de porco neste ano até novembro, 58% a mais que em 2018.
Para a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a redução de 33% da tarifa aplicada à exportação de suínos deverá ter impacto positivo no setor brasileiro.
Já para o vice-presidente da Aurora, Neivor Canton, a redução deve ser vista de maneira cautelosa, em face do recente entendimento entre EUA e China. A cooperativa exporta à China entre 12 mil e 15 mil toneladas de frangos e porcos ao mês.
“Não necessariamente representa vantagem ao produtor brasileiro porque os EUA têm aumentado suas exportações de suínos para lá e pressionado o preço para baixo”, diz.
Segundo Canton, a Aurora decidiu não expandir sua produção para não contribuir com uma eventual superoferta. Hoje, a cooperativa abate diariamente 22 mil porcos.
A China vai ainda zerar tarifas de importação de ferronióbio, usado como aditivo ao aço de baixa liga e aço inoxidável de alta resistência para oleodutos e gasodutos, carros e caminhões, visando o desenvolvimento de alta tecnologia.
O país importou 35.909 toneladas de ferronióbio em 2018 e 37.818 toneladas nos primeiros dez meses deste ano.