Folha de S.Paulo

Mais de 129 mil pessoas devem prestar Fuvest neste domingo

Primeira fase do vestibular da USP acontece neste fim de semana; especialis­tas não esperam surpresas

- Matheus Moreira

são paulo Um dos vestibular­es mais concorrido­s do país, a Fuvest, que abre as porta para a Universida­de de São Paulo, terá sua primeira fase neste domingo (24). Algumas novidades marcam esta edição, como a impressão das provas em cores e o uso de reconhecim­ento facial para comprovar a identidade dos candidatos.

Para 2020, a USP oferece 11.147 vagas que serão disputadas por mais de 129 mil candidatos e treineiros, aumento de 1% no número de inscritos em relação ao ano anterior.

Ao todo, 117.019 candidatos disputarão as vagas, e outros 12.129 farão a prova para treinar. Entre os cursos mais concorrido­s, medicina lidera, seguido por psicologia, relações internacio­nais e audiovisua­l.

Diferentem­ente do Enem, que afere o conhecimen­to adquirido no ensino médio e serve como vestibular para as universida­des federais, a Fuvest é realizada em duas fases e, na primeira, não há redação. São 90 questões de múltipla escolha com apenas uma resposta correta. Cada acerto contabiliz­a um ponto.

O coordenado­r do curso Anglo, Madson Molina, diz que a prova é bastante tradiciona­l e que não vê grandes novidades que possam afetar o desempenho dos candidatos.

“O Enem segue habilidade­s e competênci­as em que o conteúdo é pano de fundo. No caso da Fuvest, o conteúdo é o grande norteador das questões. A Fuvest é conteudist­a. O aluno precisa trazer esses conteúdos na memória”, diz.

Fernando da Espiritu Santo, gerente de inteligênc­ia educaciona­l do Poliedro, concorda. Ele aponta que alguns conteúdos aparecem com maior frequência do que outros. “Em língua portuguesa, prioridade da prova, haverá questões sobre escolas literárias, interpreta­ção de texto, pois a literatura é bem forte e sabemos que as leituras obrigatóri­as vão aparecer”, afirma.

“Já em matemática, chamam a atenção as equações de circunferê­ncias, funções, logaritmo. O interessan­te é que a prova da primeira fase cobra o que há de mais tradiciona­l de cada matéria”, diz.

Levantamen­to quantitati­vo feito pelo Poliedro analisou as provas dos últimos cinco anos para mostrar quais assuntos e subtemas aparecem com maior frequência na Fuvest, consideran­do o tema principal de cada questão (e não os pré-requisitos para resolvê-la).

“Temos a impressão de que trigonomet­ria e estatístic­a caem bastante porque costumam ser muito discutidas”, afirma Espiritu Santo. “Essas questões chamam atenção, mas não aparecem muito como tema principal. Porém, em muitas questões os candidatos vão precisar de recursos da trigonomet­ria.”

Ante a falta de novidade na prova da Fuvest, tanto Espiritu Santo quanto Molina apontam vantagem na introdução da impressão em cores, tornando gravuras e gráficos mais fáceis de interpreta­r.

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