Cratera ameaça casas há dois anos na Grande SP
Desde que uma cratera começou a se abrir, há cerca de dois anos, na rua Regina Josefa da Silva, no Jardim Silvia, em Francisco Morato (Grande SP), e não parou mais de crescer, os moradores vivem apreensivos.
O que começou com algumas rachaduras foi piorando na medida em que chovia e, segundo os moradores, nove casas já foram engolidas pelo desabamento próximo ao local onde a rua, que é sem saída, termina. A última foi há cerca de duas semanas.
Por volta das 21h de quinta (22), choveu forte, o restante do asfalto que havia no trecho em questão cedeu e agora só resta a calçada. O abastecimento de água foi interrompido e funcionários da Sabesp religaram na sexta (23), por volta de 14h, na hora em que a reportagem esteve no local, e viu mais uma parte do asfalto ceder.
“A Defesa Civil veio depois que a chuva passou [sábado, 24] e interditou mais duas casas. O problema é que, se a calçada também desabar, quem mora desse lado, onde a rua termina, não vai ter por onde sair”, disse a dona de casa Ingrid Cristine de Menezes, 25.
Ela conta que está preocupada e procura outra casa para morar com os dois filhos e o marido. Os vizinhos relataram que o deslizamento começou por causa de “uma tubulação de águas pluviais mal feita”, que passa sob o asfalto.
Funcionários da Prefeitura de Francisco Morato, sob gestão de Renata Sene (PRB), também estiveram no local no domingo (25) para a instalação de novas galerias em outro ponto da rua para, assim, desviar a água que está caindo no local do deslizamento e amolecendo o solo.
A reportagem presenciou alguns dos operários confusos, sem saber como resolveriam o problema. Ainda segundo os moradores, ninguém chegou a se ferir durante os deslizamentos, porque as casas já estavam desocupadas.
“As famílias se mudaram para a casa de outros parentes ou alugaram imóveis, pois a prefeitura não deu qualquer suporte”, contou a cozinheira Maria Botelho, 50, que mora ao lado da última casa interditada pela prefeitura.
A reportagem procurou a Prefeitura de Francisco Morato, mas não obteve retorno por email e não conseguiu contato por telefone.
A Sabesp também disse, em nota, que o desabastecimento de água em parte da rua foi provocado por desmoronamento da via pública, devido às fortes chuvas, o que provocou danos à rede de água, e já foi solucionado.