Folha de S.Paulo

Em dia de alívio, Bolsas sobem e dólar recua

Mercados mundiais voltam ao positivo após quarta-feira de pânico; moeda americana cai 1,17%, para R$ 3,70

- Tássia Kastner Com Reuters

Após uma sequência de pregões negativos, o mercado externo teve dia de alívio e colocou a maioria das Bolsas mundiais de volta no terreno positivo.

O mesmo ocorreu no Brasil, que nesta quinta-feira (25) registrou alta de mais de 1% no Ibovespa e queda equivalent­e no dólar. A moeda americana encerrou o dia em baixa de 1,17%, cotada a R$ 3,704.

Com a baixa, o real foi a segunda divisa emergente (de uma cesta de 24) que mais ganhou força ante o dólar, atrás apenas da lira turca.

“À espera do segundo turno, o dólar vinha oscilando entre R$ 3,68 e R$ 3,72 e, hoje, voltou para esses níveis, depois de ter fugido na véspera com a forte aversão ao risco global. Voltou ao normal”, disse o gerente de câmbio da corretora Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

O Banco Central vendeu 7.700 contratos de swap cambial tradiciona­l, equivalent­es à venda futura de dólares. Dessa forma, rolou US$ 6,93 bilhões do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro.

A Bolsa brasileira avançou 1,22%, para 84.083 pontos, após dois pregões de queda.

Os destaques do dia foram as ações da Petrobras, com ganhos acima de 2%, e papéis do setor bancário.

A recuperaçã­o local veio em linha com o exterior: as principais Bolsas americanas e europeias avançaram nesta quinta, a maioria delas mais de 1%, após perdas expressiva­s nos últimos dias.

O mercado financeiro exibia tensão com os riscos de menor cresciment­o econômico, reflexo da desacelera­ção chinesa, além dos debates sobre o ritmo de aumento da taxa de juros dos EUA.

Nesta quinta, o vice-presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Richard Clarida, disse que apoiará algumas altas adicionais da taxa de juros do país como a melhor forma de preservar a atual recuperaçã­o dos Estados Unidos ao mesmo tempo que se protege de qualquer salto na inflação.

A incerteza sobre o ritmo de alta dos juros americanos tem sido um dos fatores a trazer instabilid­ade ao mercado financeiro.

No cenário doméstico, investidor­es aguardavam a divulgação de pesquisa Datafolha.

Após o fechamento do mercado, o levantamen­to mostrou que diminuiu em seis pontos a distância entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Bolsonaro aparece com 56% dos votos válidos, ante 44% para Haddad.

O otimismo do mercado financeiro local vinha sendo atribuído à ampla vantagem do capitão reformado do Exército sobre o petista.

A agenda liberal de Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, é vista com bons olhos pelo mercado.

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Sam Yeh/AFP Homem em frente a painel que exibe cotações em Taiwan, onde investidor­es tiveram mais um dia de perdas
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