Economistas lançam manifesto pró-Haddad
Lista inclui estrangeiros como o Prêmio Nobel de 2001 e o ‘pai’ do Consenso de Washington, preceito de medidas liberais
Um grupo de economistas brasileiros e estrangeiros lançou, nesta quintafeira (18), manifesto em apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência.
Entre os signatários estão George Akerlof, Prêmio Nobel em Economia (2001), o autor americano James Galbraith e o inglês John Williamson, criador da expressão Consenso de Washington, uma série de medidas liberais para promover o desenvolvimento econômico de países mais pobres.
Bernard Appy, idealizador de uma proposta de reforma tributária apoiada pela maioria dos candidatos, também endossa o documento.
O manifesto tem ainda as assinaturas de José Roberto Afonso, especialista em finanças públicas, professor do IDP (Instituto de Direito Público) e pesquisador da Fundação Getulio Vargas; Naercio Menezes Filho, especialista em educação e professor do Insper; e João Sayad, ex-ministro do Planejamento do governo José Sarney.
Os signatários dizem ter “posições distintas sobre economia; alguns até são críticos contundentes de políticas econômicas adotadas pelos governos do Partido dos Trabalhadores (PT)”. Mas dizem que está em jogo o regime democrático brasileiro.
“Consideramos que a democracia, a busca pela paz, as liberdades individuais, a pluralidade de opiniões, o combate ao preconceito e o enfrentamento das desigualdades (de renda, de riqueza, regionais, raciais e de gênero) são valores inegociáveis e essenciais.”
Segundo o documento, “Haddad é, neste segundo turno, a melhor alternativa para garantir tais valores”.
Intelectuais, advogados e escritores também divulgaram carta em apoio a Haddad e pediram que ex-adversários do petista, como Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e João Amoêdo (Novo), componham “necessária frente democrática” contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
No documento, entregue a Haddad em ato nesta quinta, afirmam que, caso o arco não seja efetivo, ou mesmo recusado, os atores políticos serão responsabilizados “pela catástrofe que se anuncia”.
A campanha do PT tem tentado, desde o início do segundo turno, formar uma frente suprapartidária para se contrapor ao capitão reformado, mas Ciro deu apenas “apoio crítico” a Haddad, enquanto Alckmin, Marina e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declararam neutralidade.
“A história vai cobrar das lideranças políticas que o fizerem ou deixarem de fazer nestas horas decisivas”, finaliza o documento.