Com Bolsonaro, Olímpio defende redução de maioridade penal
Policial militar desde 1978, o deputado federal Major Olímpio (PSL) encontrou no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) um aliado que com ele compartilha bandeiras na área da segurança. Atualmente, ele atua como coordenador de campanha de Bolsonaro em São Paulo.
Ele está na quarta colocação em intenções de voto na corrida para o Senado em São Paulo, com 11%. À sua frente, segundo levantamento do Datafolha, estão Eduardo Suplicy (PT), com 31%, Mara Gabrilli (PSDB), com 14%, e Mário Covas Neto (Podemos), com 12%.
Deputado federal, Olímpio tem como principais propostas a redução da maioridade penal; a revogação do estatuto do desarmamento; e o fim das saídas temporárias da prisão.
Quais são suas propostas para o Senado? Tendo começado
há 40 anos na polícia, logicamente a reestruturação da segurança pública é o objetivo maior de minha ida para o Senado. Temos uma dessintonia entre as forças policiais nos estados, muitas vezes elas se engalfinham por espaço, até porque não foi estabelecido muito bem o papel de cada uma das forças policiais brasileiras na Constituição.
Encabecei a luta pela redução da maioridade penal na Câmara dos Deputados. Temos que fazer a revogação do Estatuto do Desarmamento com a lei mais clara e que permita ao cidadão de bem que tenha o direito à legítima defesa, desde que cumpra os requisitos básicos.
O senhor defende a redução da maioridade penal. Como ela deveria ser, na visão do senhor? Defendo leis mais duras. Como o Estatuto da Criança e do Adolescente define a idade de 12 anos como a diferença entre criança e adolescente, tenho projeto de lei na Câmara que defende um critério biotipológico, como na Inglaterra. A partir dos 12 anos, com avaliação psicológica, tem que ser responsabilizado. A Câmara dos Deputados votou a partir dos 16 anos, mas está parado no Senado. O menor de idade é como 007 no Brasil: tem licença para matar. O Mapa da Violência de 2015 diz que cerca de 160 mil vidas foram poupadas pelo Estatuto do Desarmamento. Esses estudos são uma farsa. Quando se aprovou o estatuto, tínhamos 30 mil mortes por ano no Brasil. Estamos com 67 mil em 2017. Tiramos a possibilidade do cidadão de bem se proteger e demos segurança para o bandido agir. Pode matar, estuprar, assaltar, porque sabe que não tem reação.
Não é jogar arma aleatoriamente. As pessoas têm que querer e se habilitarem, como uma carteira de habilitação.
O senhor foi contra a PEC do teto de gastos. Seria o caso de
rediscuti-la? Continuo contra porque tirou recursos da educação, saúde e segurança. A PEC impede ampliação dos quadros em setores mais que fundamentais. Juízes, promotores, policiais. Foi vendida uma realidade de que era para diminuir o tamanho do Estado. Mas em casos fundamentais está cerceando o investimento, impôs um corte que impede o avanço.
Bolsonaro tem a rejeição muito forte de alguns setores. O senhor não teme que isso cole no senhor também? Vejo muito mais virtudes em um brasileiro leal e que não tem rabo preso com ninguém. Nossos ideais são os mesmos.
As pessoas têm a imagem de que o militar é truculento. Ao contrário, nossa formação é para dar segurança ao cidadão de bem. Sou a favor dos direitos humanos para humanos direitos. Sou contra o aborto, sou contra o ‘kit gay’, sou contra a ideologia de gênero, como o Bolsonaro.
Como o senhor vê as ideias do general Mourão sobre uma Constituinte sem participação de parlamentares e de Paulo Guedes sobre mais poderes aos partidos e menos aos deputados na Câmara? Entendo de maneira diversa. Só uma Constituinte com a força e a representatividade da população poderia mudar de fato e criar nova Constituição.
Guedes tem o entendimento dele, de cidadão, assim como Mourão. Não [concordo]. Eu entendo que devemos, sim, respeitar a livre convicção do parlamentar e promover os processos de convencimento.