PF aumentará segurança de candidatos
Após reunião com campanhas, efetivo será aumentado de 21 para 25 policiais para cada concorrente ao Planalto
O diretorgeral da Polícia Federal, Rogério Galloro, reuniu-se neste sábado (8) com representantes de campanhas presidenciais para discutir o aumento do contingente policial nas agendas dos candidatos após o atentado contra Jair Bolsonaro (PSL) na última quinta-feira.
No encontro, estiveram integrantes das candidaturas de Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Álvaro Dias (Podemos).
Segundo o coordenador financeiro da campanha de Marina Silva, Bazileu Margarido, que participou do encontro, ficou definida a elevação de 21 para 25 no número de policiais federais à disposição de cada presidenciável durante a campanha eleitoral.
O efetivo para cada agenda pública será definido após análise de risco feita pela própria Polícia Federal. Na atividade em que tomou um facada, Bolsonaro era acompanhado, por exemplo, por 13 policiais federais.
Na reunião, foram ainda reforçadas as precauções que cada candidato deve adotar para diminuir o risco de incidentes.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse na sexta-feira (7) que Bolsonaro descumpriu recomendações repassadas à sua campanha eleitoral, como não se deslocar no meio de multidões e não se colocar em posição acima dos demais, tornando-se alvo mais fácil de eventuais agressões.
O partido de Bolsonaro não enviou representante para a reunião com Galloro.
Segundo aliados, ele quer proteção da PF para sua família, em especial a mulher, Michelle.
Presidente do PSL, Gustavo Bebianno diz que ligou para a superintendência da PF em Brasília e ouviu que, por motivos burocráticos, seu pedido não poderia ser atendido.
“A família está muito transtornada, principalmente a esposa. Estamos tendo muita dificuldade com a PF que, por burocracia, diz que não oferecer a segurança”, disse.
Neste sábado, diversos candidatos a presidente retomaram suas campanhas, que haviam interrompido após o atentado.
Em visita à Fenaostra, em Florianópolis (SC), o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou que o PT também é responsável pelo clima de radicalização no país.
“Muito do clima de radicalização do país veio do PT que dividiu o país entre nós e eles”, disse.
Alckmin afirmou que não reforçou sua segurança após a facada contra Bolsonaro, mantendo o esquema usual de segurança da Polícia Federal.
Marina Silva (RedeSustentabilidade) fez campanha no centro de São Paulo e aproveitou sua “primeira manifestação de rua depois do inaceitável ato de violência contra Jair Bolsonaro” para criticar a ideia de que o armamento civil é a melhor resposta para a violência.
“Eu fico pensando: que se Deus o livre aquela pessoa tivesse uma arma de fogo na mão, o que poderia ter acontecido”, disse.
Fernando Haddad, atualmente vice na chapa petistas, mas que deve ser confirmado candidato a presidente nesta semana, fez campanha em Parelheiros, zona sul da capital paulista.
Ele disse que cabe à polícia decidir sobre a necessidade de reforço para o partido.
Durante a visita, dois carros da Polícia Militar acompanham a agenda do petista.
Já Guilherme Boulos (PSOL), que esteve na favela de Heliópolis, disse que “repudia a violência política de todos os lados, não só quando e contra nós.”
Dois candidatos se solidarizaram com Bolsonaro no horário eleitoral gratuito exibido na tarde deste sábado.
Alckmin afirmou que nada justifica a violência e que ele e a sua família estão orando pela recuperação de Bolsonaro.
Álvaro Dias (Podemos) disse que espera que Bolsonaro se recupere logo e que não é na faca ou na bala que se combate a violência.