Folha de S.Paulo

Nos EUA, mercado flerta com tendência de alta histórica

-

Se no Brasil turbulênci­as eleitorais contaminar­am o humor dos investidor­es, no mercado americano parece não haver limites para o otimismo.

O índice S&P 500, com ações de 500 empresas do país, ficou perto de bater novo recorde nesta sessão, depois de subir 0,2%, a 2.862 pontos —pouco abaixo da máxima histórica de 2.872 pontos em 26 de janeiro deste ano.

É um momento de “bull market”, em uma analogia ao touro que joga para cima —o jargão indica mercado em alta. É o maior período que o indicador passa sem sofrer uma queda de 20% a partir de uma determinad­a pontuação.

Já são 3.453 dias desde que o S&P 500 atingiu a mínima de 666 pontos, em 9 de março de 2009, quando os Estados Unidos viviam uma grave crise financeira, lembra o Wall Street Journal.

O recorde anterior tinha sido em março de 2000, quando o indicador acumulou ganho de 417% em 3.452 dias. Hoje, o S&P 500 valoriza 323%.

Nesta terça, o Dow Jones subiu 0,25%, para 25.822 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,5%, para 7.859 pontos.

O otimismo é ancorado no sólido cresciment­o da economia americana, que tem se traduzido em lucros cada vez maiores das empresas. Alguns analistas, porém, já apontam para riscos no horizonte.

Jeremy Glasser, diretor da Morningsta­r, diz que não há uma resposta simples sobre quando o otimismo vai terminar. Alguns fatores que levaram às valorizaçõ­es das ações, como o ganho das empresas e taxas de juros ainda baixas nos EUA, continuam válidos.

Mas uma guerra comercial ou um erro na política monetária pode ser o gatilho para o mercado devolver ganhos.

Em relatório, o JPMorgan diz que o descasamen­to entre o mercado americano e o europeu e de emergentes não tem precedente­s. “Dado que é uma ocorrência rara [nunca aconteceu para a Europa nem para a Ásia], isso sugere que é uma condição de mercado que não vai persistir.”

Ou seja, ou os indicadore­s americanos vão ceder ou emergentes e europeus vão melhorar —esta última hipótese é a mais provável para o JP.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil