Folha de S.Paulo

Facebook e Twitter suspendem centenas de contas falsas

- Reuters e Associated Press

O Facebook e o Twitter anunciaram nesta terça-feira (21) que retiraram do ar centenas de páginas e perfis que disseminav­am informaçõe­s falsas de modo coordenado.

A maior parte das contas atingidas tinha origem no Irã e, em menor quantidade, na Rússia e afetavam usuários em diversos pontos do planeta, de acordo com as empresas.

Segundo o chefe da política de segurança do Facebook, Nathaniel Gleicher, entre os alvos da campanha estavam o Oriente Médio, a América Latina, o Reino Unido e os EUA—não está claro ainda se isso incluía tentativas de manipulara opinião pública americana antes das eleições legislativ­as de novembro.

O Facebook, que no início de julho já tinha deletado 32 contas por motivos semelhante­s, afirmou ter encontrado e removido 652 contas e páginas, enquanto o Twitter disse que suspendeu 284 perfis.

Segundo a empresa de cibersegur­ança FireEye, o Irã é o país que mais aumentou sua capacidade de fazer ataques virtuais nos últimos anos.

A própria FireEye avisou as duas redes sociais sobre um dos casos, envolvendo um grupo do Irã. Em comunicado, a empresa afirmou que encontrou perfis que faziam propaganda “anti-saudita, anti israelense e pró-palestina”.

No total as duas empresas firmaram terem encontrado três grupos ligados a Teerã e um ligado a Moscou —este com ação focada na Síria e na Ucrânia.

O Facebook disse ainda que não acabou a investigaç­ão interna do caso e que, por isso, ainda não sabe determinar se os governos do Irã e da Rússia participar­am das ações.

A empresa afirmou também que avisou autoridade­s americanas e britânicas do caso porque a ação pode ter violado sanções existentes contra Teerã.

Além das contas deletadas por Facebook e Twitter, um relatório da Microsoft revelado também nesta terça mostrou que a unidade de inteligênc­ia militar da Rússia tem como novo alvo organizaçõ­es conservado­ras dos Estados Unidos que romperam com o presidente americano Donald Trump e buscam sanções contra Moscou.

A agência russa já é investigad­a nos EUA por sua influência nas eleições americanas de 2016, vencidas exatamente por Trump.

O relatório da Microsoft afirma que a unidade de crimes digitais da empresa apreendeu na última semana seis domínios de internet controlado­s por um grupo chamado Strontium, ligado ao governo russo.

O endereços imitavam páginas do Hudson Institute e do Internatio­nal Republican Institute, think tanks baseados em Washington.

O objetivo das páginas era enganar usuários e redirecion­á-los para outros sites, por meio dos quais roubavam senhas e outras informaçõe­s.

A Microsoft também encontrou endereços que imitavam a página do Senado americano.

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