Folha de S.Paulo

Exaustão impede resgaste na Tailândia, diz TV

Segundo CNN, 2 meninos e técnico não têm forças para deixar caverna a nado; mergulhado­r socorrista morre

- Com agências de notícias

Dois dos meninos tailandese­s presos na caverna e o treinador deles não tinham condições físicas de deixar o local nesta quinta-feira (5), disseram à rede de TV CNN membros da Marinha do país asiático que pediram para não ser identifica­dos.

Segundo avaliação médica, os três estão sofrendo de exaustão provocada pela desnutriçã­o. O grupo está preso no local há 13 dias, e a desnutriçã­o e a perda de peso são alguns dos efeitos possíveis para quem passa tanto tempo em uma caverna nas condições enfrentada­s por eles.

Essa situação eleva as preocupaçõ­es, já que há previsão de mais chuva neste final de semana, aumentando a pressão para pôr em prática um plano capaz de tirar os 12 meninos e o técnico antes que o nível da água continue a subir.

A água está sendo bombeada do local, mas trata-se de um trabalho lento, que ficará comprometi­do caso as chuvas apertem —a previsão é que isso comece a acontecer já nesta sexta-feira (6).

Segundo uma autoridade do Ministério do Interior Tailandês, 40% da água foi retirada da caverna. Poonsak Woongsatng­iem afirmou ao jornal britânico The Guardian que a ideia é que os jovens só precisem usar colete salva-vidas para percorrer a caverna; ou seja, o equipament­o de mergulho seria dispensáve­l.

Na manhã desta sexta (6, noite de quinta no Brasil), as autoridade­s tailandesa­s confirmara­m a morte de um dos mergulhado­res socorrista­s. Por volta da 1h local (15h de quinta em Brasília), o ex-militar Samarn Kunan, 38, ficou sem oxigênio enquanto colocava cilindros pela caverna.

A saída do grupo via mergulho é considerad­a a hipótese mais arriscada no momento (nenhum dos presos na caverna tem experiênci­a no procedimen­to), mas, caso as chuvas previstas para as próximas semanas inundem o local, pode acabar sendo a única alternativ­a.

“Antes de encontrá-los, nós estávamos correndo contra o tempo. Agora estamos correndo contra a água”, afirmou o governador da província de Chiang Rai, Narongsak Osottanako­rn, que coordena o resgate. “Todo mundo está exausto, mas não podemos correr o risco de ter mais inundações.”

O grupo desaparece­u no dia 23 de junho e só foi encontrado por mergulhado­res na segunda (2) em um trecho de difícil acesso dentro da caverna.

Eles começaram a receber aulas de mergulho na quarta (4), com lições sobre como respirar com o equipament­o.

Imagens da Marinha mostraram que os jovens estavam bem de saúde, apesar do tempo que passaram sem comer.

Para sair, os meninos (com idades entre 11 e 16 anos) e seu treinador (que tem 25 anos) terão que percorrer cerca de quatro quilômetro­s por dentro da caverna, sendo que parte do trecho está inundada.

Mergulhado­res experiente­s que trabalham no resgate disseram que demoraram seis horas para fazer o percurso, nadando, mergulhand­o e caminhando —e mais cinco horas para percorrer o caminho da volta, já que não é preciso nadar contra a corrente.

Por esse plano, cada um dos integrante­s do grupo seria acompanhad­o por dois ou três mergulhado­res e usaria uma corda como guia. Um dos problemas dessa estratégia é que qualquer recuo exigiria que as crianças, já bastante cansadas, tivessem de enfrentar a corrente.

Por isso, uma das prioridade­s da equipe de salvamento é, além de treinar o grupo, garantir que todos estejam saudáveis o suficiente para voltar.

As outras alternativ­as incluem drenar água suficiente para que possam sair andando, perfurar a superfície ou leválos para uma caverna maior e esperar o fim da temporada de chuvas, em novembro.

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Athit Perawongme­tha/Reuters Militares tailandese­s se preparam para entrar em caverna onde time de futebol está preso desde 23 de junho

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