Folha de S.Paulo

Escândalo derruba ministro e respinga em aliado de Temer

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

O ministro Helton Yomura (Trabalho) foi afastado por ordem do Supremo após a Polícia Federal apontar indícios de atuação em esquema para liberar registros sindicais. Ele, que nega envolvimen­to, pediu demissão .

Eliseu Padilha assumirá a pasta. Mensagens também levantaram suspeita contra o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), articulado­r do presidente Michel Temer. Ele se diz vítima de conspiraçã­o.

Os diversos indícios de irregulari­dades na concessão de registros sindicais levantados pela Polícia Federal fizeram o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, determinar a abertura de investigaç­ão específica sobre o tema. Ele avisa que vai analisar todas as inscrições feitas nos últimos dois anos. “Esses sindicatos que foram eventualme­nte registrado­s e não têm representa­tividade devem ter a certificaç­ão anulada. Nossa apuração vai se restringir à legitimida­de das entidades”, diz.

para ontem O procurador­geral do Ministério Público do Trabalho determinou a formação de um grupo para atuar exclusivam­ente na análise dos registros. A ideia é que a força-tarefa comece a revisar a papelada já na segunda (9).

cep A apuração ficará com a Coordenado­ria de Promoção de Liberdade Sindical do MPT.

vai tarde Aliados de Michel Temer dizem que ele já havia avisado o PTB de que os escândalos em série no Ministério do Trabalho estavam desgastand­o o governo. O presidente comentou, dias antes da operação da PF desta quinta (5), que gostaria de nomear o exministro Almir Pazzianott­o chefe da pasta.

tentáculos Embora depois da nova operação da PF o PTB tenha dito que vai abdicar do controle do ministério, a bancada da Câmara quer manter sua influência no órgão indicando o secretário-executivo, número dois na hierarquia.

nunca morre Consultor jurídico do PT, o advogado Luiz Fernando Pereira fez uma série de levantamen­tos para dar sustentaçã­o à tese de que, mesmo condenado em segunda instância, Lula poderia participar da disputa.

nunca morre 2 Em um deles, apresentou à direção do PT os dois últimos casos de candidatos à Presidênci­a que tiveram registros indeferido­s pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas continuara­m a campanha até o trânsito em julgado.

pendurado Rui Costa Pimenta (PCO), por exemplo, teve o registro indeferido em 2006, mas conseguiu participar das eleições. Pereira diz que, neste caso, as chances de o candidato reverter o indeferime­nto eram “nulas”, mas mesmo assim o TSE o deixou continuar na disputa até o trânsito em julgado do processo.

tenho lado Cid Gomes, irmão e principal conselheir­o do presidenci­ável Ciro Gomes (PDT), defendeu a atuação do pedetista no evento da Confederaç­ão Nacional da Indústria no qual o pré-candidato foi vaiado ao criticar a reforma trabalhist­a.

tenho lado 2 Cid disse que a vaia foi localizada. “Ele fez um apelo para que entendam o papel social. Empresa não deveria se preocupar com folha de pagamento, mas com o câmbio. A gente não quer parceria com empresário escravocra­ta. Esse tipo pode ficar com o Bolsonaro”, concluiu.

tem limite Já o desempenho do pedetista na coletiva de imprensa após a apresentaç­ão na CNI foi alvo de reparos internos. Irritado com menções às vaias, Ciro atacou jornalista­s. O irmão pôs panos quentes. “Ninguém é perfeito!”.

para constar A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, irá a Pernambuco e à Paraíba na próxima semana para fazer as últimas conversas com os governador­es Paulo Câmara (PSB-PE) e Ricardo Coutinho (PSB-PB) sobre o apoio do PSB aos petistas. Ela já sabe que as chances de um acerto estão perto de zero.

jeitinho Com o DEM profundame­nte dividido internamen­te, os principais expoentes do partido, Rodrigo Maia (RJ) e ACM Neto (BA), avisam que não vão “entrar de sola” para forçar um consenso.

jeitinho 2 A decisão será tomada pela maioria e ninguém esconde que, para isso, será preciso “quebrar alguns ovos”. Apesar da identidade ideológica com Geraldo Alckmin (PSDB), a aposta pragmática em Ciro tem ganhado força.

dia d Magno Malta (PR-ES) avisou que decide até 15 de julho se aceita ser vice de Jair Bolsonaro (PSL).

TIROTEIO

Quem não faz autocrític­a e não assume nem sequer o erro de ter se misturado à velha política vai ficando sozinho na estrada De Beto Albuquerqu­e (RS), vice-presidente do PSB, sobre o risco de o PT ficar isolado na eleição, sem apoio do seu partido e do PC do B com Thais Arbex e Julia Chaib

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