Folha de S.Paulo

Soja é destaque na exportação do agronegóci­o e paralisaçã­o afeta carnes

- Mauro Zafalon

O complexo soja (grãos, farelo e óleo) salvou as receitas das exportaçõe­s do agronegóci­o neste primeiro semestre. Os preços internacio­nais subiram, e o volume exportado deste ano atinge 46 milhões de toneladas, 5% acima do de igual período do ano passado.

As receitas totais obtidas pelo setor somaram US$ 22,3 bilhões (R$ 87 bilhões), 12% mais do que as do ano passado.

A soja, por causa da demanda internacio­nal, teve alta de 11% nos preços externos em junho em relação aos do mesmo mês de 2017.

O farelo de soja, em razão da quebra de 38% na safra de soja na Argentina, colocou o Brasil no foco do mercado internacio­nal.

O país elevou em 12% as vendas externas desse produto e foi beneficiad­o pela elevação de 19% no preço internacio­nal. O Brasil ocupou parte do mercado deixado pelos argentinos, que tiveram menos soja para moer.

Já as carnes, outro setor importante da balança comercial brasileira, perderam ritmo nas receitas e no volume exportado.

No primeiro semestre, foram exportadas apenas 303 mil toneladas de carne “in natura”.

O volume foi 39% inferior ao de igual período de 2017, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Pelos dados da entidade, as exportaçõe­s das carnes bovina e suína recuaram 45% no período.

As de frango tiveram retração de 36%.

Além da perda de volume exportado, ocasionada por barreiras comerciais e principalm­ente pela paralisaçã­o dos caminhonei­ros, o setor viu os preços internacio­nais das carnes de frango e suína desabarem. O recuo foi de 26% e 9%, respectiva­mente.

A carne bovina, embora tenha acompanhad­o as demais na queda de volume exportado, registrou alta de 22% nos preços internacio­nais no mês passado, em relação a junho de 2017.

O milho também está com alta de preços no mercado externo.

Por ora, as exportaçõe­s são pequenas, mas ganham forte ritmo nos próximos meses.

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