Capitão controverso, Sergio Ramos comanda Espanha por classificação
Para avançar às oitavas sem depender de outros resultados, equipe precisa ao menos empatar
ESPANHA
MARROCOS
15h, na Arena Kaliningrado Na TV: SporTV 2 e Fox Sports 2
A seleção de Marrocos contará com dois reforços para o jogo com a Espanha, nesta segunda-feira (25), em Kaliningrado. Ao menos na torcida.
Fãs do Liverpool (ING) e do Egito provavelmente estarão ligados no jogo para se juntar aos marroquinos, com atenção especial em secar um jogador espanhol: Sergio Ramos.
Desde que participou do lance que lesionou Mohamed Salah e o tirou da partida na última final da Liga dos Campeões, vencida em maio pelo seu Real Madrid (ESP) sobre o Liverpool do egípcio, Ramos é certamente um dos atletas mais odiados do mundo. E ele não faz questão de reverter essa imagem.
Nas últimas semanas, o capitão da Espanha rebateu declarações de Firmino —companheiro de Salah no Liverpool— e de Maradona e discutiu em campo com o técnico do Irã, Carlos Queiroz.
Esse ambiente de hostilidade no futebol não é novidade para ele. Contratado pelo Real Madrid em 2005, o zagueiro nascido na Andaluzia abraçou bandeiras defendidas pelos torcedores do clube, que transcendem aos gramados.
Um exemplo está na seleção. Seu companheiro de zaga Gerard Piqué é publicamente favorável à independência da Catalunha. Toda vez que joga pelo país fora da terra natal, é vaiado por isso. Ramos, capitão do Real, nunca tomou partido em defesa do colega.
“O que posso dizer? Se eu vou a Barcelona, acontece o mesmo comigo”, afirmou em 2017 após Piqué ouvir apupos em um torneio de tênis na capital espanhola.
Em 2010, se incomodou com a pergunta de um repórter feita em catalão e respondida no mesmo idioma pelo companheiro. Piqué ainda devolveu ao repórter: “Quer em castelhano também?”. No que Ramos interveio: “Em andaluz, responda a ele em andaluz, para ver se entende”.
A relação mais amigável que estabelece com a Catalunha está na admiração por Messi e no respeito por Iniesta, ídolos do rival. Ambos, porém, não são nascidos na região —Iniesta é de Albacete.
Capitão da Espanha desde a última Eurocopa, em 2016, Sergio Ramos tem 153 partidas pela seleção e estava no grupo vitorioso que conquistou a Copa do Mundo de 2010 e as Eurocopas em 2008 e 2012.
Para este Mundial, a braçadeira assumiu ainda mais relevância sobre um grupo que perdeu seu treinador às vésperas do torneio. A federação do país demitiu Julen Lopetegui após ele ser anunciado como técnico do Real Madrid.
Sem opiniões mais incisivas sobre a saída de Lopetegui, preferiu receber com honras Fernando Hierro, ex-zagueiro do Real e da seleção.
Supersticioso, sempre calça o pé direito antes do esquerdo. Um ritual que é acompanhado de uma oração aos avós antes de cada jogo.
Fora dos gramados, faz as vezes de empresário. Seu principal negócio é uma empresa de gerenciamento de atletas, administrada com o irmão René. O negócio de que mais gosta, porém, é seu haras. Apaixonada por cavalos, a família cria na região de Sevilha os chamados PRE, “Pura Raça Espanhol”, conhecidos também como cavalos andaluzes.
Ironicamente, algumas das éguas do haras procedem de uma linha do Pura Raça Espanhol chamada Guardiola.
Nada a ver com o treinador, provavelmente para alívio de Ramos, figura controversa desta seleção que, em meio a tensões, algumas alimentadas pelo próprio capitão, busca a classificação rumo ao bicampeonato mundial.