Folha de S.Paulo

Fies terá curso de até R$ 7 mil mensais e dará 50% de financiame­nto mínimo

Novas regras do programa passam a valer em contratos firmados para o segundo semestre deste ano

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O Fies, programa federal estudantil, poderá financiar valores mais altos a partir do segundo semestre deste ano, além de oferecer o custeio de pelo menos 50% das mensalidad­es dos alunos que firmarem contrato em universida­des do país.

De acordo com o anúncio feito pelo Ministério da Educação nesta quarta (6), o teto de financiame­nto passará de R$ 30 mil para R$ 42.983 mil por semestre. Com os novos limites, cursos com mensalidad­es de R$ 7.000 poderão ser financiado­s em até 100%.

Isso não impede, no entan-

to, que alunos que pagam mais caro pela formação superior façam adesão ao programa para pleitear percentuai­s menores. Para o governo, essas novas regras podem beneficiar alunos mais pobres a terem acesso aos cursos mais caros, como os de medicina.

Outra medida anunciada é a garantia de um financiame­nto mínimo por estudante, que agora será de 50% do valor da semestrali­dade. Os percentuai­s são definidos de acordo com a renda familiar e o custo mensal pago à instituiçã­o de ensino superior.

Até o início de 2018, o aluno

que solicitava o crédito podia ter qualquer índice de financiame­nto aprovado.

Dados do MEC mostram que já houve casos em que o universitá­rio teve 8% do valor mensal aprovado pelo Fies, o que muitas vezes inviabiliz­ava o pagamento do restante da mensalidad­e e incentiva e evasão dos cursos.

O programa federal de financiame­nto foi modificado no ano passado pelo presidente Michel Temer. As medidas, segundo o governo, tinham como objetivo sua manutenção e sustentabi­lidade, além de evitar a inadimplên­cia e diminuir

a evasão dos alunos.

Dados divulgados pela Folha em janeiro de 2017 e obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação apontavam que 53% dos 526,2 mil contratos em fase de pagamento estavam atrasados em setembro de 2016. Durante o anúncio desta quarta, o governo informou que os pagamentos em atraso chegavam a 61% dos contratos no antigo modelo.

Segundo o ministro da Educação, Rossieli Soares, as novas regras já serão válidas para a adesão no segundo semestre. As inscrições estão previstas para o mês de julho, pela

internet. Os alunos que assinaram contrato no primeiro semestre poderão solicitar uma revisão para ter aumento dos percentuai­s financiado­s.

Das 310 mil vagas anunciadas para 2018, com orçamento de R$ 19,3 bilhões, 155 mil contratos estão disponívei­s para o segundo semestre. O governo diz que garantirá a transferên­cia das vagas não contratada­s até julho para novas adesões. Também devem ser criadas regras de renegociaç­ão para quem não está em dia. Elas serão definidas após sanção de uma MP que pode beneficiar 400 mil alunos.

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