Folha de S.Paulo

Ciro prevê Temer preso e rejeita aliança com ‘ladrão’

- Daniel Carvalho e Marina Dias

O presidenci­ável do PDT, Ciro Gomes, disse nesta quarta (6) que o presidente Michel Temer será preso e que o MDB é o único partido com o qual descarta alianças. Ele também fez críticas ao deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), a quem chamou de tresloucad­o, boçal desprepara­do e câncer.

“Peguei um tempo em que estava em pleno comando da Câmara o Michel Temer e o Eduardo Cunha, batendo bola um com o outro para roubar a nação. Fui processado por ambos. Um já está na cadeia e o outro vai”, afirmou em sabatina promovida pelo jornal Correio Braziliens­e.

Em seguida, elencando todos os governos de que o senador Romero Jucá (MDBRR) foi líder —de FHC a Temer—, ele afirmou que descartava aliança com o MDB.

“Se deixar a porta aberta, vai vir abanando o rabo, mas está avisado que por esta porta não entra. Ladrão do PMDB [agora MDB] vai me fazer oposição”, disse Ciro.

Sobre Bolsonaro, Ciro disse que o deputado “nunca administro­u um boteco” e também não ofereceu ajuda ao seu estado, o Rio, em questões de segurança pública, área de atuação do presidenci­ável do PSL. O pedetista disse que o adversário é “um tresloucad­o, um boçal desprepara­do [que] desorienta o debate desta forma”. “Temos obrigação de extirpar este câncer enquanto ele pode ser extirpado.”

Sabatinado antes de Ciro, Bolsonaro criticou o “politicame­nte correto” e disse que a questão de ódio é uma discussão secundária no Brasil.

“No meu tempo de moleque, chamava você de gordinho, quatro olhos, não tinha problema nenhum. O gordinho, geralmente, quando ia para pelada, você chamava de gordo, ele saía na pancada. Hoje, o gordinho virou mariquinha. Vamos acabar com essa frescura. Isso não é o problema do Brasil. [...] Essa questão de ódio é secundária”, disse Bolsonaro.

“Essa historinha de ódio, quem mais fala em defender são exatamente os radicais de esquerda”, afirmou.

Bolsonaro disse que “temos que desburocra­tizar muita coisa, desregulam­entar”. Ele falou em “diminuir o tamanho do Estado”, mas se recusou a responder que estatais privatizar­ia.

O deputado também minimizou as críticas à superlotaç­ão dos presídios do país. “Não vem com essa historinha ‘ah, os presídios são cheios e não vai recuperar ninguém’. É problema de quem cometeu o crime.”

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