Folha de S.Paulo

Cinusp Paulo Emílio

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Inaugurada em 1993, a sala leva o nome do professor, crítico e escritor Paulo Emílio Sales Gomes (1916-1977), que em 1967 ajudou a implantar o curso de cinema na USP. Ali, as duas sessões diárias são gratuitas e abertas ao público. Na programaçã­o, há mostras e até maratonas, como foi a “Doces Vampiros”, que exibiu durante a madrugada filmes de terror na Sexta-feira 13 de abril. Algumas sessões são seguidas ou antecedida­s de debates e bate-papos, e o público, como a sala fica dentro da Cidade Universitá­ria, no Butantã, costuma ser majoritari­amente de estudantes. Atualmente a sala usa mais o projetor digital, mas mantém o analógico de 35 mm guardado. Fransuelde­s de Abreu, 40, que trabalha ali há 12 anos como projecioni­sta, recorda uma história inusitada: “Uma vez estávamos exibindo ‘Super Nada’ (2012), do Rubens Rewald. Os rolos vieram com a numeração trocada dentro das latas e o filme passou fora de ordem. O diretor estava presente e, depois do debate, veio me agradecer porque achou que a montagem ficou melhor do que a original. Só que não fui eu que fiz a troca, os rolos vieram com a numeração errada, mas ele gostou e aprovou a nova montagem”. Uma revista com o programa mensal é distribuíd­a ao público com textos de críticos de cinema e sinopses que contextual­izam os filmes. O espaço cultural, que acomoda ainda um restaurant­e e um café de Rodrigo Oliveira (Mocotó), biblioteca e espaço de pesquisa dedicados à fotografia, uma livraria e espaços expositivo­s, tem uma das salas de projeção mais bem equipadas da cidade, com projetores em

DCP, dois em 35 mm e, hoje raridade, um projetor de 16 mm. O projecioni­sta do lugar, Miciano Manoel da Silva, 51, trabalha com cinema há 30 anos e divide a sala com Ana Clara Costa, 32. As exibições acontecem de terça a domingo —em até quatro sessões por dia—, com ingressos que variam de R$ 8 a R$ 20. Seguem em cartaz filmes escolhidos por Ismail Xavier, um dos mais importante­s estudiosos de cinema do país, que escolheu títulos como “Memórias do Subdesenvo­lvimento” (1968). Na quarta (30), será projetada a ópera “Carmen”, filmada na França em 2017.

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