Marina diz que não mudará para atrair petistas
Em sabatina, pré-candidata da Rede ao Planalto afirma que não fará ‘discurso oportunista’ para herdar eleitores de Lula
MARINA SILVA são paulo Pré-candidata ao Planalto que mais se beneficia com a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa, Marina Silva (Rede) disse nesta quinta-feira (24) que não fará um “discurso oportunista” nem adaptará suas propostas para atrair os eleitores do petista.
Segundo pesquisa Datafolha, ela recebe até 20% dos votos lulistas nesse cenário.
Questionada, em sabatina realizada pela Folha , UOL e SBT, se ela se aliaria ao PT na disputa, a pré-candidata disse ter “todo o respeito” aos eleitores petistas, mas declarou que sua candidatura “é independente”.
Eleitores do Lula
É uma atitude de respeito não ter discurso oportunista, mudar de discurso só para agradar o eleitor. O eleitor não é bobo, as pessoas sabem as minhas convicções e, se por ventura, alguma pessoa que tinha intenção de votar no expresidente Lula e vier a votar em mim, vai votar sabendo o que eu defendo.
Candidatura de Lula
A Lei da Ficha Limpa diz que ninguém que é condenado em segunda instância —é claro que resguardados todo o trâmite legal e o direito à defesa— pode ser candidato. Há no Brasil uma mania de fulanizar as leis. Por mais relevante que a pessoa seja politicamente, economicamente, socialmente, a lei não pode se adaptar às pessoas. As pessoas é que têm que se adaptar à lei.
Condenação do petista
Os advogados tiveram todo o direito de recorrer às instâncias cabíveis de acordo com o direito à ampla defesa. A condenação em segunda instância cria um estranhamento para a sociedade em função do foro privilegiado. Parece que tem um grupo, dos empresários e políticos que não têm prerrogativa de foro, que estavam sendo condenados, e os que têm estão escondidos atrás do foro.
Congresso
Eu não negociaria princípios. E eu não vou olhar para o tamanho do partido, mas para o tamanho do senador, do deputado. Vou buscar aquele que está no banco de reservas. Essas pessoas precisam entrar em campo. Não é a lógica do partido pelo partido. É a lógica de ter um grupo de parlamentares que se orientam por princípio.
Economia
Vamos manter a política macroeconômica que deu certo: superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação. Não vamos inventar a roda. Quem chega e vem inventar a roda em cima de nada cria o desequilíbrio que a Dilma e o Temer criaram.
Diante de uma situação como a que vivemos hoje, temos que pensar no grave problema do gasto público, que tem que ser contido —sem isso não vai ter superávit primário—, e recuperar a credibilidade para ter investimento duradouro no Brasil.
PEC do teto dos gastos
Sou a favor do controle do gasto público. O que eu não concordo é fazer isso congelando o orçamento público por 20 anos. Não é inteligente.
Tem que gastar metade do crescimento do PIB: cresceu 4%, você pode gastar 2%. Aí você nunca vai ter um descompasso entre o que arrecada e o que você está gastando.
Se Deus quiser, no meu governo, o país vai voltar a crescer. E uma vez voltando a crescer, você tem que ter margem para poder fazer a destinação dos recursos.
Reforma da Previdência
O problema é a reforma da Previdência draconiana que o Temer tentou fazer. Ele, no afã de agradar o mercado, esqueceu de que não se pode conversar só com um lado e cometer injustiça. A questão da idade mínima precisa ser debatida, porque hoje as pessoas estão vivendo mais, mas tem que ser com a sociedade, com os trabalhadores.
Reforma trabalhista
Você não pode ter uma reforma trabalhista para precarizar as relações de trabalho. A reforma trabalhista é para aperfeiçoar, melhorar o contrato de trabalho de forma a facilitar a vida do empregado e do empregador. Agora, fazer uma reforma trabalhista assegurando que o trabalhador pode negociar seus direitos em função de uma situação de dificuldades, não acho que é o melhor caminho.
Caixa dois
Durmo com a consciência tranquilíssima. O que não podia ser declarado não podia ser recebido [na sua campanha em 2014]. Não tem um centavo