Folha de S.Paulo

Para Fazenda, crise argentina impactará pouco o Brasil

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Em um cenário em que a crise na Argentina se agrave e o país vizinho tenha uma grande queda no PIB, o impacto na economia brasileira será pequeno, segundo cálculos do Ministério da Fazenda.

A equipe da pasta levantou hipóteses sobre duas possibilid­ades de problemas, diz Fabio Kanczuk, secretário de política econômica.

A primeira seria a de os investidor­es estrangeir­os evitarem títulos de países emergentes ou da região.

Há uma boa noção, porém, das diferenças de desempenho das economias —a Argentina acumula déficits em conta corrente e fiscal primário maiores que o Brasil, diz.

A outra alternativ­a é de uma piora nas relações comerciais entre os dois países em decorrênci­a da recente corrida contra a moeda argentina.

Ainda assim, o impacto seria reduzido, segundo Kanczuk. Ele fez contas de duas formas e chegou a estimativa­s semelhante­s.

“A correlação entre o PIB deles e o nosso é baixa. Se eles tiverem uma recessão de 1%, nossa economia seria afetada negativame­nte em 0,005%. Se diminuírem muito as compras que fazem de nossos produtos, perderíamo­s 0,008%.”

Para alguns setores, entretanto, problemas econômicos no país vizinho podem representa­r perdas relevantes.

“A coisa mais importante no cenário externo para o Brasil é a Argentina dar certo. Graças a exportação de carros para eles nós começamos a sair da crise”, diz Thomaz Zanotto, diretor de relações internacio­nais da Fiesp.

O governo de Maurício Macri trabalhou para facilitar a relação comercial, segundo uma pessoa que acompanha a relação entre os países.

O presidente não foi capaz, no entanto, de resolver graves problemas econômicos, como a inflação em alta, o deficit primário e em conta corrente, de acordo com o diretor da entidade.

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