Folha de S.Paulo

Macron se compromete com iraniano a manter acordo

Francês conversa com Rowhani por telefone após dizer a Trump que aceitava rever pacto nuclear de 2015

- Reuters e AFP Reuters

paris O presidente da França, Emmanuel Macron, e o líder do Irã, Hassan Rowhani, se compromete­ram a trabalhar nas próximas semanas para preservar o acordo nuclear de 2015, que inclui EUA e quatro outros países e limita o programa nuclear de Teerã em troca de alívio às sanções financeira­s internacio­nais.

Em conversa por telefone que durou mais de uma hora, segundo o Palácio do Eliseu, Macron propôs que as discussões se ampliem para cobrir três assuntos: o programa de mísseis de Teerã, as atividades nucleares do Irã após 2025 e a crise regional no Oriente Médio, que inclui a Síria.

Rowhani, porém, voltou a dizer que o Irã não aceitará alterar os compromiss­os firmados e que “o acordo nuclear ou qualquer outro assunto vinculado a ele é inegociáve­l”. Dias antes, o iraniano dissera estar pronto para tomar reações “esperadas e inesperada­s” caso os EUA se retirassem do acordo nuclear.

Macron havia abordado o tema na semana passada durante sua visita de Estado ao presidente Donald Trump.

Antes da viagem, ele insistira na manutenção do pacto nos termos atuais. Em sua passagem por Washington, porém, modulou o discurso e disse que estava disposto a debater um novo tratado contanto que Teerã estivesse de acordo com a renegociaç­ão —o que não ocorre.

Trump, crítico contumaz do pacto desde a campanha eleitoral de 2016, acusa o Irã de descumprir o acordo nuclear e deu um ultimato ao Reino Unido, à França e à Alemanha, que firmaram o tratado com os dois países, a Rússia e a China, para que revisassem o texto até 12 de maio sob pena de abandoná-lo. A sugestão atraiu críticas das partes.

Uma das crises regionais citadas envolve Israel. Em Tel Aviv , o novo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, manifestou apoio ao governo de Binyamin Netanyahu no impasse com Teerã.

“Estamos com Israel nesta briga”, declarou Pompeo em sua primeira viagem internacio­nal desde que assumiu o posto, na sexta (27). “Continuamo­s preocupado­s com a perigosa escalada de ameaças.”

Para o governo de Netanyahu, o acordo nuclear vigente não basta para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares —o país frequentem­ente prega o fim de Israel.

A possibilid­ade de ruptura do tratado pelos EUA tem afetado o mercado de petróleo, que teme a redução da oferta global caso as sanções às exportaçõe­s iranianas sejam retomadas, e elevado preços.

Árvore plantada por Trump e Macron some da Casa Branca

washington A árvore plantada por Emmanuel Macron e Donald Trump nos jardins da Casa Branca na semana passada como símbolo da resiliente relação entre França e EUA, um carvalho, foi removida.

Após fotojornal­istas notarem o desapareci­mento da muda —trazida por Macron da floresta de Belleau, onde 2.000 soldados dos EUA morreram em batalha na Primeira Guerra (1914-18), em sua visita de Estado— o governo Trump revelou seu paradeiro.

A árvore foi posta em quarentena pouco após ser transplant­ada porque tinha parasitas que poderiam contaminar o jardim da Casa Branca. Será replantada após tratamento, afirmou o governo dos EUA.

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