O brasileiro sabe o que tem de ser feito
Pesquisa realizada com 3.000 brasileiros reafirma alertas sobre os principais problemas ambientais das cinco regiões do país. Eles requerem urgência no seu tratamento, aliada a uma visão de longo prazo.
O levantamento foi feito pelo instituto Ideia Big Data e o Agora!, movimento formado por cem cidadãos que querem impactar a agenda pública e promover inovação política.
Hoje, 40% dos brasileiros afirmam que a destinação inadequada do lixo é o nosso maior problema. O número cai para 35% na região CentroOeste e sobe para 43% no Sul e 45% na região Nordeste. De fato, essa percepção reflete a gestão dos resíduos sólidos nos municípios.
Ainda que essa coleta alcance 91% dos que vivem em cidades, apenas 58% têm destino final adequado. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, até 2016, metade dos municípios brasileiros ainda destinava resíduos em lixões em vez de aterros sanitários, e 59% não tinham planos para gestão desse material.
A poluição das águas e o desmatamento aparecem em seguida entre os maiores problemas ambientais, mas variam de acordo com a região.
No Sul, Sudeste e Nordeste, os problemas com recursos hídricos foram lembrados por mais de 20% da população. O destaque foi no Nordeste, onde 27% mencionaram a poluição das águas como o grande problema.
Já no Norte (35%) e Centro-Oeste (30%), o desmatamento é o segundo colocado. Estas são as regiões que perdem mais áreas de vegetação no Brasil, com o desmatamento na Amazônia e no Cerrado.
Finalmente, a poluição do ar é percebida como grande problema por 18% dos brasileiros que habitam a região Sudeste, a mais urbanizada do país. Nos demais, fica abaixo dos 9%.
A pesquisa mostra que, mais do que problemas, há oportunidades sendo perdidas: os resíduos vão para o lugar errado; a riqueza da floresta evapora com o fogo ou com o desmatamento, e as águas não se renovam mais com qualidade. O brasileiro sabe, e isso o incomoda.
Precisamos, mais do que nunca, de cuidado com a água e saber enxergar valor no lixo. Os governos, em todos os níveis, têm que levantar a bandeira da aplicação efetiva da lei de resíduos sólidos.
Outro alerta é o de que o saneaNo